Pistore - mediação na contradição

Os Deuses na Religião Romana
A Estrada de Ouro

Claudio Simeoni
traduzido por Dante Lioi Filho

Índice da Religião Romana

 

Saber renunciar a qualquer coisa, mesmo importantíssima, apenas para conservar aquilo que se reputa importante.

Pistore é um deus que está dentro de nós e que se transforma num imperativo moral, incitando-nos a intermediar nos relacionamentos que vivemos na Natureza. Pistore se exprime na ações do Ser Humano enquanto este afronta a realidade em que vive, seguindo os seus desejos e as suas necessidades. Ele surge quando os desejos e as necessidades encontram outros desejos e outras necessidades com as quais é necessário mediar.

O Ser Humano que manifesta Pistore, é um Guardião, porque a mediação que coloca em ação entre as suas necessidades e as necessidades do mundo, modifica o mundo, a si mesmo como Ser Humano, e a realidade em que vive.

Quando que o Guardião se torna Pistore? Quando, subjetivamente, ele se separa dos resultados possíveis da solução da contradição na qual está agindo, não por indiferença, mas porque subjetivou a objetividade em que vive e os seus interesses coincidem com as transformações do mundo.

Um Guardião tem dentro de si tudo o que é necessário: a habilidade das suas próprias mãos, o Saber e o Conhecimento que ele cultivou e alimentou dia após dia, o desenvolvimento do seu corpo luminoso próprio que é moldado pelos desafios da sua vida particular.

Todo o resto, o Guardião pode descartar. Não é um desvencilhar-se imposto por um ditado moral, mas é um desembaraçar-se de coisas inúteis e supérfluas. Como muitas donas-de-casa que adquirem objetos de cozinha para preparar a comida e depois, no final, de todos os objetos para cortar e amoldar, acabam usando somente a faca e o garfo. Em outras palavras, o que haviam visto no anúncio como sendo um objetos indispensáveis, na prática são supérfluos.

O Guardião, ao longo do seu caminho, se livra de empenhos pormenorizados. Ele se pergunta: esta ação que toma o meu tempo, a minha atenção e as minhas energias, me são úteis ou não?

O que eu obtenho ocupando-me com determinada ação?

Sem ela tenho um tempo mais livre?

O Guardão se pergunta: a ocupação social que detém o indivíduo nos deveres morais, é útil para mim? É útil para o mundo em que vivo?

Os afazeres redundantes que a sociedade nos estabelece constituem, frequentemente, um modo de controlar a ação e as escolhas dos indivíduos. Para ti esse controle é propício?

É um comportamento que deve se transformar em algo constante, que guia as escolhas do indivíduo.

O acúmulo de objetos cria dependência do ajuntador aos objetos acumulados. Um e outro se aprisionam alternativamente.

O exemplo do qual nasce Júpiter Pistore (Giove Pistore) é muito mais simples, unido, um corpo renuncia uma parte para sobreviver.

O Ser Humano renuncia a sua flora bacteriana, para se salvar de uma pneumonia, ingerindo antibióticos.

Júpiter Pistore se manifesta nas ações dos Seres da Natureza. Uma ação que exprime o deus de um modo, particularmente espetacular, é a presenciada naqueles Seres que se reproduzem abandonando os seus próprios ovos. Muitos deles, logo em seguida ao abandono, nunca verão nascer Seres novos daquela espécie, mas o não nascimento estará ligado ao nascimento destes Seres que conseguirão realizá-lo.

Júpiter Pistore é grandíssimo entre esses Seres: é uma das suas estratégias para se tornarem eternos.

Na Espécie Humana, Júpiter Pistore se exprime nos Seres Humanos por meio da mediação na contradição. Júpiter Pistore se torna importante na ação do Guardião que, modificando a si mesmo e a objetividade em que vive, permite o nascimento de novas relações no mundo. E as relações constroem o futuro.

 

Texto de 1993

Revisado no formato atual: Marghera, setembro de 2018

 

Aqui você pode encontrar a versão original em italiano

A tradução foi publicada 26.gennaio.2019

 

Il sentiero d'oro: gli Dèi romani

A vida representada por Juno na 'Piazza delle Erbe' em Verona

 

O suicídio representada por Julieta em Verona

 

A Religião Pagã exalta a vida triunfando na ocasião da morte.

 

O cristianismo exalta a morte, a dor, a crucificação e o suicídio.

 

Por isso os cristãos desesperados têm um patrão, que lhes promete a ressurreição na carne.

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Claudio Simeoni

Mecânico

Aprendiz a Bruxo (Apprendista Stregone)

Guardião do Anticristo (Guardiano dell'Anticristo)

Membro fundador

da Federação Pagã

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Tel. 3277862784

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A Religião da Antiga Roma

A Religião da Antiga Roma estava caracterizada por dois elementos fundamentais. Primeiro: era uma Religião elaborada pelo homem que habita o mundo, que é constituído por Deuses, e com estes ele mantinha relacionamentos recíprocos para interesses comuns. Segundo: a Religião da Antiga Roma era a religião da transformação, do tempo, da ação, de um contrato entre os sujeitos que agem. Estas são as condições que a filosofia estoica e platônica jamais compreenderam e, a ação delas deformou, até os dias de hoje, a interpretação da Antiga Religião de Roma, nivelando-a aos modelos estáticos do platonismo e neoplatonismo primeiramente, e ao modelo do cristianismo depois. Retomar a tradição religiosa da Antiga Roma, de Numa, significa sair fora dos modelos cristãos, neoplatônicos e estoicos para se retomar a ideia do tempo e da transformação em um mundo que se transforma.