Pensar em um sistema antigo mágico-religioso enxergando com olhos de quem nasceu, viveu, e foi educado dentro do atual sistema religioso, desnatura a ideia religiosa dos antigos, mascarando-a com as ilusões e crenças atuais. Assim, não se estuda os antigos, mas enumeram-se as crenças a respeito dos antigos, o que faz com que a religião atual seja a legítima: o cristianismo.
Quando os imbecis olham para o homem consideram as suas ações pelo ponto de vista de um imbecil, e não são capazes de assumirem o ponto de vista dos homens que envolve a subjetivação de uma objetividade que, para esses imbecis, constitui alguma coisa estranha, que resulta no incompreensível, no absurdo, na imbecilidade.
Essas pessoas comprimem tudo o que existe ao nível delas, único nível em que conseguem professar a compreensão do existente, ou do que existiu, simplesmente porque esse nível coincide com os modelos dos pensamentos delas.
Se essas pessoas são adoradoras de um deus, presumem que todos os outros indivíduos, de alguma maneira e em todas as circunstâncias adoraram um deus, porquê essas pessoas, seres vazios, não concebem nenhuma outra relação entre elas mesmas e as divindades. Essas pessoas sujeitam as mudanças, e as circunstâncias dessas mudanças de conformidade com a natureza delas, negando, assim, a existência de tudo o que não coincide com essa natureza. Essas pessoas usam, com desprezo, o termo "primitivo" ou "selvagem"; com um desprezo de quem, considerando-se criado à imagem e à semelhança do próprio deus, despreza quem quer que seja que se relaciona com o mundo que nos cerca de um modo experimentado. Essas pessoas desprezam quem não compartilha os medos e as fobias delas; portanto são pessoas que não têm capacidade para avaliarem o processo histórico e coercitivo que esses medos construíram. Essas pessoas acabam, com o proceder delas, ficando a serviço de coisas, e de seres, que são estranhos a elas mesmas, inclusive quando coagem e violentam seres indefesos para satisfazerem desejos pessoais, mais ou menos depravados.
Essas pessoas, criadas por um deus assassino, nascem sem Consciência e sem Discernimento (é o deus delas que lhes fornece a consciência e o discernimento por intermédio da alma); portanto, não podem reconhecer aqueles que existem e vivem com Consciência e Discernimento no mundo ao redor e que não reconhecem a onipotência do deus-patrão delas.
Os adoradores desse deus devem destruir aqueles que não reconhecem a bondade do deus deles, mesmo sendo esse deus um assassino. Devem destruir a consciência e o conhecimento de quem não se coloca de joelhos, devem destruir a lembrança das religiões que não solicitam a submissão do homem; devem destruir a recordação, como sendo a única condição através da qual exaltar a impotência e a ignorância deles. Destruir para eles significa matar, exterminar, aniquilar, acabando em um massacre que bloqueie o Conhecimento e o Discernimento que se desenvolveram naqueles povos.
Ridicularizam o credo e o saber dos homens, aproveitando, pois, com essa matança, para que esses homens não façam desse Saber, e desse Discernimento, uma mercadoria que possa ser permutada entre os povos. Procedendo desse modo, os adoradores do carniceiro de Sodoma e Gomorra destroem cada possibilidade de evolução do Conhecimento, dentro da natureza, por parte de povos para, ao contrário, poderem vender a impotência e as fobias do deus assassino deles.
Para examinar a Religião da Antiga Roma é necessário sair fora dos modelos do pensamento religioso cristão, e acolher novos e diferentes modelos. É necessário parar de pensar em religião como um sistema de crenças que submete o homem, e começar a pensar na religião como uma série de instrumentos com os quais o homem enfrenta heroicamente a sua existência, desafiando os problemas da vida. Esse enfrentar heroicamente é a ideia, das Religiões Pagãs, de cada um "fazer-se aquele deus" evocando aquele específico deus no mundo para que acompanhe as ações do homem.
A religião da antiga Grécia foi demonstrada não porque é um elemento em si mesmo, mas como instrumento nas mãos do Poder de Possuir, com o objetivo de afastar os Seres Humanos, que constituem o Sistema Social, dos relacionamentos entre este e o que lhe está ao seu redor. Não se coloca em discussão o valor das imagens da religião grega e a construção delas, mas o uso que o Poder de Possuir fez delas para que ele próprio se desenvolvesse na história romana dentro do absolutismo estoico, platônico, neoplatônico e hebraico.
Versão levada à internet em 26 de janeiro de 2006
Modificação em 05 de fevereiro de 2015
Versão levada à internet em 26 de janeiro de 2006
Aqui você pode encontrar a versão original em italiano
A tradução foi publicada 18 de agosto de 2016
Il sentiero d'oro: gli Dèi romani |
A vida representada por Juno na 'Piazza delle Erbe' em Verona
O suicídio representada por Julieta em Verona
A Religião Pagã exalta a vida triunfando na ocasião da morte.
O cristianismo exalta a morte, a dor, a crucificação e o suicídio.
Por isso os cristãos desesperados têm um patrão, que lhes promete a ressurreição na carne. |
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Claudio Simeoni Mecânico Aprendiz a Bruxo (Apprendista Stregone) Guardião do Anticristo (Guardiano dell'Anticristo) Membro fundador da Federação Pagã Piaz.le Parmesan, 8 30175 - Marghera - Veneza Tel. 3277862784 Tel. 3277862784 e-mail: claudiosimeoni@libero.it |
A Religião da Antiga Roma estava caracterizada por dois elementos fundamentais. Primeiro: era uma Religião elaborada pelo homem que habita o mundo, que é constituído por Deuses, e com estes ele mantinha relacionamentos recíprocos para interesses comuns. Segundo: a Religião da Antiga Roma era a religião da transformação, do tempo, da ação, de um contrato entre os sujeitos que agem. Estas são as condições que a filosofia estoica e platônica jamais compreenderam e, a ação delas deformou, até os dias de hoje, a interpretação da Antiga Religião de Roma, nivelando-a aos modelos estáticos do platonismo e neoplatonismo primeiramente, e ao modelo do cristianismo depois. Retomar a tradição religiosa da Antiga Roma, de Numa, significa sair fora dos modelos cristãos, neoplatônicos e estoicos para se retomar a ideia do tempo e da transformação em um mundo que se transforma.