Mamúrio - manipular a matéria

Os Deuses na Religião Romana
A Estrada de Ouro

Claudio Simeoni
traduzido por Dante Lioi Filho

Índice da Religião Romana

 

Quando o rei Numa recebeu um escudo do céu, como sinal da vitória, este entregou-o a Mamúrio para reproduzi-lo em outros similares confiando-os aos Salis.

Quem é Mamúrio? Mamúrio é aquele Ser Humano com uma capacidade para construir superior a de qualquer deus. É o Ser Humano que constrói com a mesma habilidade de um deus.

Mamúrio é aquele Ser Humano que, por meio da sua ação, manipula a matéria construindo produtos adequados à satisfação das necessidades humanas.

Mamúrio é o artesão; Mamúrio é o operário, Mamúrio é o agricultor.

Mamúrio nada solicita pelo seu trabalho. Ele apenas solicita para ser recordado.

Ser recordado em uma memória perene.

Construir com as mãos conduz os Seres Humanos a se tornarem Seres Luminosos; a se tornarem eternos.

Os videntes honram Mamúrio porque conhecem bem a transformação, e conhecem o quanto é potente a ação por meio da qual os Seres Humanos manuseiam o mundo para também serem manuseados pelo mundo.

O ódio de quem rouba o pão, feito por mãos alheias, é um ódio feroz em relação àquele que sabe manusear a matéria para satisfazer as necessidades humanas. Esse gatuno deve aviltar diminuindo o valor deste trabalho; o vigarista deve impedir aquele que, usou das mãos, de orgulhar-se do seu trabalho. Quando a vontade do construtor não o penetra totalmente, eis o embusteiro a denegrir e a zombar do construtor. Este é definido como um miserável por causa da sua arte, enquanto os odiosos, incapazes de usarem as próprias mãos, vivem a roubar o pão que foi primeiramente semeado, manuseado e assado.

Nestas condições, resolveu-se chamar pelo nome de Mamúrio o ano velho que era expulso da cidade com varinhas brancas, na festa celebrada aos 14 de março.

O ódio do Poder de Possuir contra qualquer um que sabe usar as mãos para construir qualquer produto, capaz de satisfazer as necessidades humanas, é sempre feroz.

O Poder de Possuir não pode comportar-se diferentemente em relação a estas pessoas. De modo que, exatamente por este motivo, usa da ferocidade para humilhá-las e submetê-las. Subjugar os construtores é a missão do Poder de Possuir. Por conseguinte, para o Poder de Possuir os construtores que devem ser respeitados não são aqueles que constroem, mas são os que detêm o controle militar de quem constrói.

Mamúrio deseja ser lembrado nos Salis em memória perene pela sua ação e pelo poder de agir, construindo, poder que exerce no vir-a- ser dos Seres Humanos

Mamúrio é a ação que constrói e da qual os efeitos se transferem sobre o construtor que, deste modo, constrói e alimenta o seu Poder de Ser particular através da manipulação da matéria.

 

Texto de 1993

Revisado no formato atual: Marghera, maio de 2018

 

Aqui você pode encontrar a versão original em italiano

A tradução foi publicada 12.11.2018

 

Il sentiero d'oro: gli Dèi romani

A vida representada por Juno na 'Piazza delle Erbe' em Verona

 

O suicídio representada por Julieta em Verona

 

A Religião Pagã exalta a vida triunfando na ocasião da morte.

 

O cristianismo exalta a morte, a dor, a crucificação e o suicídio.

 

Por isso os cristãos desesperados têm um patrão, que lhes promete a ressurreição na carne.

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Claudio Simeoni

Mecânico

Aprendiz a Bruxo (Apprendista Stregone)

Guardião do Anticristo (Guardiano dell'Anticristo)

Membro fundador

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A Religião da Antiga Roma

A Religião da Antiga Roma estava caracterizada por dois elementos fundamentais. Primeiro: era uma Religião elaborada pelo homem que habita o mundo, que é constituído por Deuses, e com estes ele mantinha relacionamentos recíprocos para interesses comuns. Segundo: a Religião da Antiga Roma era a religião da transformação, do tempo, da ação, de um contrato entre os sujeitos que agem. Estas são as condições que a filosofia estoica e platônica jamais compreenderam e, a ação delas deformou, até os dias de hoje, a interpretação da Antiga Religião de Roma, nivelando-a aos modelos estáticos do platonismo e neoplatonismo primeiramente, e ao modelo do cristianismo depois. Retomar a tradição religiosa da Antiga Roma, de Numa, significa sair fora dos modelos cristãos, neoplatônicos e estoicos para se retomar a ideia do tempo e da transformação em um mundo que se transforma.