Quando o rei Numa recebeu um escudo do céu, como sinal da vitória, este entregou-o a Mamúrio para reproduzi-lo em outros similares confiando-os aos Salis.
Quem é Mamúrio? Mamúrio é aquele Ser Humano com uma capacidade para construir superior a de qualquer deus. É o Ser Humano que constrói com a mesma habilidade de um deus.
Mamúrio é aquele Ser Humano que, por meio da sua ação, manipula a matéria construindo produtos adequados à satisfação das necessidades humanas.
Mamúrio é o artesão; Mamúrio é o operário, Mamúrio é o agricultor.
Mamúrio nada solicita pelo seu trabalho. Ele apenas solicita para ser recordado.
Ser recordado em uma memória perene.
Construir com as mãos conduz os Seres Humanos a se tornarem Seres Luminosos; a se tornarem eternos.
Os videntes honram Mamúrio porque conhecem bem a transformação, e conhecem o quanto é potente a ação por meio da qual os Seres Humanos manuseiam o mundo para também serem manuseados pelo mundo.
O ódio de quem rouba o pão, feito por mãos alheias, é um ódio feroz em relação àquele que sabe manusear a matéria para satisfazer as necessidades humanas. Esse gatuno deve aviltar diminuindo o valor deste trabalho; o vigarista deve impedir aquele que, usou das mãos, de orgulhar-se do seu trabalho. Quando a vontade do construtor não o penetra totalmente, eis o embusteiro a denegrir e a zombar do construtor. Este é definido como um miserável por causa da sua arte, enquanto os odiosos, incapazes de usarem as próprias mãos, vivem a roubar o pão que foi primeiramente semeado, manuseado e assado.
Nestas condições, resolveu-se chamar pelo nome de Mamúrio o ano velho que era expulso da cidade com varinhas brancas, na festa celebrada aos 14 de março.
O ódio do Poder de Possuir contra qualquer um que sabe usar as mãos para construir qualquer produto, capaz de satisfazer as necessidades humanas, é sempre feroz.
O Poder de Possuir não pode comportar-se diferentemente em relação a estas pessoas. De modo que, exatamente por este motivo, usa da ferocidade para humilhá-las e submetê-las. Subjugar os construtores é a missão do Poder de Possuir. Por conseguinte, para o Poder de Possuir os construtores que devem ser respeitados não são aqueles que constroem, mas são os que detêm o controle militar de quem constrói.
Mamúrio deseja ser lembrado nos Salis em memória perene pela sua ação e pelo poder de agir, construindo, poder que exerce no vir-a- ser dos Seres Humanos
Mamúrio é a ação que constrói e da qual os efeitos se transferem sobre o construtor que, deste modo, constrói e alimenta o seu Poder de Ser particular através da manipulação da matéria.
Texto de 1993
Revisado no formato atual: Marghera, maio de 2018
Aqui você pode encontrar a versão original em italiano
A tradução foi publicada 12.11.2018
Il sentiero d'oro: gli Dèi romani |
A vida representada por Juno na 'Piazza delle Erbe' em Verona
O suicídio representada por Julieta em Verona
A Religião Pagã exalta a vida triunfando na ocasião da morte.
O cristianismo exalta a morte, a dor, a crucificação e o suicídio.
Por isso os cristãos desesperados têm um patrão, que lhes promete a ressurreição na carne. |
Home Page |
Claudio Simeoni Mecânico Aprendiz a Bruxo (Apprendista Stregone) Guardião do Anticristo (Guardiano dell'Anticristo) Membro fundador da Federação Pagã Piaz.le Parmesan, 8 30175 - Marghera - Veneza Tel. 3277862784 Tel. 3277862784 e-mail: claudiosimeoni@libero.it |
A Religião da Antiga Roma estava caracterizada por dois elementos fundamentais. Primeiro: era uma Religião elaborada pelo homem que habita o mundo, que é constituído por Deuses, e com estes ele mantinha relacionamentos recíprocos para interesses comuns. Segundo: a Religião da Antiga Roma era a religião da transformação, do tempo, da ação, de um contrato entre os sujeitos que agem. Estas são as condições que a filosofia estoica e platônica jamais compreenderam e, a ação delas deformou, até os dias de hoje, a interpretação da Antiga Religião de Roma, nivelando-a aos modelos estáticos do platonismo e neoplatonismo primeiramente, e ao modelo do cristianismo depois. Retomar a tradição religiosa da Antiga Roma, de Numa, significa sair fora dos modelos cristãos, neoplatônicos e estoicos para se retomar a ideia do tempo e da transformação em um mundo que se transforma.