Fúrias - o último recurso dos desesperados

Os Deuses na Religião Romana
A Estrada de Ouro

Claudio Simeoni
traduzido por Dante Lioi Filho

Índice da Religião Romana

 

As Fúrias constituem a manifestação da estrutura emotiva do Ser Humano quando ele, na vida da Natureza ou na vida social, é encurralado, rodeado de maneira que não tenha uma saída e é constrangido diante de uma situação destrutiva. A raiva, quando aumenta, diante da impossibilidade de vislumbrar saídas da situação na qual veio a se encontrar, faz explodir as suas emoções obstruindo qualquer controle da razão.

As Fúrias habitam dentro do Ser Humano. Elas se nutrem do Ser vivente e são propensas de se apoderar dele quando as condições da existência nutrem a sua necessidade. As Fúrias se apoderam das emoções do Ser Humano e arrastam a sua consciência a uma ação total de desespero.

Não há necessidade de trabalhar com a finalidade de abater as Fúrias no interior do indivíduo. As Fúrias são um bem precioso. Quanto mais o Seres Humanos tentam amansar as Fúrias mais destrutiva é a ação destas quando a necessidade exige.

Recordo o comportamento de auto-lesão de grupos de pessoas sectárias cristãs, onde os membros se autoflagelavam porque surgiam desejos. Quanto mais se autoflagelavam mais o desejo se transformava em Fúria. No fim, o Ser Humano morria enfaixado em decorrência da Energia Vital estagnada, ou as Fúrias se liberavam dentro do indivíduo, com toda a força que detinham, levando o Ser Humano à aniquilação.

É necessário aprender a usar as Fúrias para fins individuais

Com disciplina.

Quando uma Fúria é liberada é difícil trazê-la de volta à ordem. Ou a necessidade que a desencadeou é modificada, ou a fúria modifica a objetividade que criou a necessidade do seu vir a ser.

É imprescindível aprender a usar as Fúrias dentro de nós. Fazê-las sair um pouco e recolocá-las rapidamente em seu lugar. Ensinar a Fúria (a cada Fúria) que ela não é proprietária do Ser Humano no qual vive, mas é somente um aspecto, embora também importante. Por isso, lhes é consentido apossar-se do Ser Humano quando este está em perigo, mas deve voltar imediatamente ao seu posto logo que o perigo cessou, de modo que retorne logo que o perigo voltar.

Disciplinar Fúria é uma das grandes façanhas do Ser Humano disciplinado. Da mesma maneira que não se deve abater as Fúrias, porque elas são guardiãs contra o desespero, também não se deve permitir que as Fúrias se apoderem do Ser Humano, pois elas o levariam à destruição impedindo que a razão retome o controle da consciência e, por conseguinte, de construir relacionamentos racionais com os outros Seres Humanos na sociedade.

Nutrir as Fúrias com as raivas e imprecações particulares; disciplinar as Fúrias através da suspensão do juízo e com a respiração lenta e profunda.

O que as Fúrias permitem fazer? As Fúrias permitem que o indivíduo concentre tudo o que ele se tornou, num instante só da sua existência. As Fúrias permitem que o Ser Humano arrisque a vida num só instante, no interior das oposições que se desencadeiam.

Naquele instante o indivíduo se torna impotente e abatido, graças às Fúrias, abandona o corpo físico para se transformar, em cada caso, num Ser Luminoso.

A violência resultante do irromper das Fúrias permite que o indivíduo compacte toda a Energia Vital e Poder de Ser que ele acumulou durante a sua existência, projetando a sua Autoconsciência no infinito, através das mutações.

 

Texto de 1993

Revisão no formato atual; Marghera, fevereiro de 2018

 

Aqui você pode encontrar a versão original em italiano

A tradução foi publicada 06.10.2018

 

Il sentiero d'oro: gli Dèi romani

A vida representada por Juno na 'Piazza delle Erbe' em Verona

 

O suicídio representada por Julieta em Verona

 

A Religião Pagã exalta a vida triunfando na ocasião da morte.

 

O cristianismo exalta a morte, a dor, a crucificação e o suicídio.

 

Por isso os cristãos desesperados têm um patrão, que lhes promete a ressurreição na carne.

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Claudio Simeoni

Mecânico

Aprendiz a Bruxo (Apprendista Stregone)

Guardião do Anticristo (Guardiano dell'Anticristo)

Membro fundador

da Federação Pagã

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Tel. 3277862784

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A Religião da Antiga Roma

A Religião da Antiga Roma estava caracterizada por dois elementos fundamentais. Primeiro: era uma Religião elaborada pelo homem que habita o mundo, que é constituído por Deuses, e com estes ele mantinha relacionamentos recíprocos para interesses comuns. Segundo: a Religião da Antiga Roma era a religião da transformação, do tempo, da ação, de um contrato entre os sujeitos que agem. Estas são as condições que a filosofia estoica e platônica jamais compreenderam e, a ação delas deformou, até os dias de hoje, a interpretação da Antiga Religião de Roma, nivelando-a aos modelos estáticos do platonismo e neoplatonismo primeiramente, e ao modelo do cristianismo depois. Retomar a tradição religiosa da Antiga Roma, de Numa, significa sair fora dos modelos cristãos, neoplatônicos e estoicos para se retomar a ideia do tempo e da transformação em um mundo que se transforma.