Februo é um imperativo moral e comportamental, era o polir-se: purificar-se.
Februo está para a estrutura emotiva do homem como as armas estão para Marte. O homem depura a sua estrutura emotiva. Coloca em ordem as suas relações com o mundo emotivo e com os seus sentimentos. Para Marte o polimento das armas, para Februo o polimento do Ser Humano. O polimento é um preparar-se em função da solução das oposições que são resolvidas mediante a guerra. A vida emotiva, as relações com as emoções dos sujeitos no mundo são afrontadas com as mesmas leis e as mesmas regras com as quais se enfrenta uma guerra. Februo envolve, com a sua purificação, o ciclo inteiro da vida.
As duas imagens, e as Linhas de Tensão aptas para desenvolver a visão, tendem a se sobreporem quase coincidindo. Aparentaria ser uma visão em que Februo e Marte pertenceriam a povos diversos, sendo chamados por nomes diferentes, e seriam os mesmos mecanismos da vida vistos por diversos videntes.
A história não é importante, o importante é o significado das visões em que convergem e se dividem Linhas de Tensão produzidas pelas escolhas e pelas ações dos Seres Humanos.
Com o final do inverno o Ser Humano se prepara para a chegada da Primavera. Agradece por tudo o que conseguiu obter pelo relacionamento com a objetividade. Agradece os antepassados, que constituem a fonte do seu vir a ser como Ser da Natureza, agradece o inverno, agradece às casas e ao fogo que o esquentou, após o que, sepulta os sentimentos no seu coração e se dirige em direção da primavera que vem ao seu encontro.
Assim, são representadas no mes de fevereiro, tanto as festas em honra aos "mortos" como as festas da regeneração do mesmo modo que as Lupercais.
Este é um dos temas que se repetem periodicamente na estrutura do pensamento Romano. A regeneração acontece como um ato de vontade do Ser Humano, não como um dom de alguém ou de qualquer coisa.
O Ser Humano reivindica o seu próprio direito à regeneração através da ação dos ritos, que têm como escopo o de solidificar a si mesmo para enfrentar a objetividade da existência.
Somente a filosofia grega primeiramente e depois o cristianismo, as "religiões reveladas" (hebraica e maometana), irão impor ao Ser Humano para que se abandone à existência confiando na divina providência.
Quando vieram a ser proibidas as Lupercais, em Roma não houveram mais os relacionamentos entre o Ser Humano e o divino que o rodeia.
Texto de 1993
Revisão no formato atual; Marghera, agosto de 2017
Aqui você pode encontrar a versão original em italiano
A tradução foi publicada 27.08.2018
Il sentiero d'oro: gli Dèi romani |
A vida representada por Juno na 'Piazza delle Erbe' em Verona
O suicídio representada por Julieta em Verona
A Religião Pagã exalta a vida triunfando na ocasião da morte.
O cristianismo exalta a morte, a dor, a crucificação e o suicídio.
Por isso os cristãos desesperados têm um patrão, que lhes promete a ressurreição na carne. |
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Claudio Simeoni Mecânico Aprendiz a Bruxo (Apprendista Stregone) Guardião do Anticristo (Guardiano dell'Anticristo) Membro fundador da Federação Pagã Piaz.le Parmesan, 8 30175 - Marghera - Veneza Tel. 3277862784 Tel. 3277862784 e-mail: claudiosimeoni@libero.it |
A Religião da Antiga Roma estava caracterizada por dois elementos fundamentais. Primeiro: era uma Religião elaborada pelo homem que habita o mundo, que é constituído por Deuses, e com estes ele mantinha relacionamentos recíprocos para interesses comuns. Segundo: a Religião da Antiga Roma era a religião da transformação, do tempo, da ação, de um contrato entre os sujeitos que agem. Estas são as condições que a filosofia estoica e platônica jamais compreenderam e, a ação delas deformou, até os dias de hoje, a interpretação da Antiga Religião de Roma, nivelando-a aos modelos estáticos do platonismo e neoplatonismo primeiramente, e ao modelo do cristianismo depois. Retomar a tradição religiosa da Antiga Roma, de Numa, significa sair fora dos modelos cristãos, neoplatônicos e estoicos para se retomar a ideia do tempo e da transformação em um mundo que se transforma.