Fauno - As espéces animais da Natureza

Os Deuses na Religião Romana
A Estrada de Ouro

Claudio Simeoni
traduzido por Dante Lioi Filho

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Fauno é o aspecto móvel de Silvano.

Silvano é a Autoconsciência do bosque e dos pastos no complexo de vida deles que está em expansão, Fauno é a Autoconsciência das vidas que se deslocam, que se movem; dos Seres Animais (inclusive do Ser Humano).

São os Seres Animais, dos quais o Ser Humano faz parte, nas várias zonas, as várias espécies, conhecidas e desconhecidas que constituem um conjunto, conforme à expansão de uma determinada vida específica.

Fauno é parte de Silvano, concentrando e evidenciando em si as características próprias das espécies animais e das suas ações dentro do conjunto em que agem.

Do mesmo modo que Silvano é paciente e perspicaz, Fauno é sensual e imediato. Silvano planeja a si mesmo em "tempos longos", mudanças específicas da floresta; de vez em quando recua para novamente recomeçar a avançar; o campo arado rapidamente é ocupado novamente pelo boque se este não é tratado. Fauno é veloz e imediato, como a ação do Ser Cervo, do Ser Águia, do Ser Lobo; do Ser Mosquito, do Ser Besouro, do Ser Vespa, etc. Fecundo como o Ser Coelho, o Ser Rato, o Ser Lebre; paciente como o Ser Minhoca; instável, como o Ser Bactéria e o Ser Vírus, etc. Ele é todos eles e, com eles, ele é o Ser Humano em relacionamento com o adjacente.

O que favorece Fauno?

Como todos os Seres, favorece a si mesmo e, através disto, favorece os Seres vivos em forma animal, inclusive os Seres Humanos. Não o Ser Humano enquanto tal, mas o Ser Humano em relacionamento com os Seres Animais de todas as outras espécies.

Fauno não favorece o Ser Humano destruidor, mas favorece o Ser Humano de quem as mãos estão ao serviço dele mesmo, como um indivíduo que, agregado ao Ser Natureza, colabora com ela.

A percepção de Fauno, por parte do Ser Humano, é um relacionamento característico do pensamento racional humano ao que se refere aos Seres Animais, que o cercam. Conforme o Ser Humano pensa em relação aos Seres Animais, do mesmo modo ele percebe Fauno, e a sua razão humana tenta descrever a peculiaridade da sua percepção.

Quando o Ser Humano enxerga Fauno distingue um Ser, cujas características são as que o pensamento da sua razão atribui às espécies singulares dos animais. Quando o Ser Humano descobre Fauno, nesse Ser, distingue os participantes das espécies animais que na grande maioria o impressionam e atraem a sua atenção.

Quando o Ser Humano enxerga Fauno, então Fauno é aquilo que o Ser Humano quer que ele seja.

Mas é somente uma aparência aos seus olhos de Ser Humano.

Fauno é tão grande quanto todos os Seres Animais juntos de um determinado bosque, de qualquer prado; Fauno é tão gigantesco quanto todos os Seres Animais do planeta inteiro.

O Ser Humano, inclusive quando percebe que é o próprio Fauno, não consegue apreender Fauno em seu conjunto. Somente o trajeto dirigido à evolução da Consciência e do Discernimento humanos, estes sim são capazes, suspendendo o juízo da razão, de unificarem Fauno exatamente como ele é e não apenas pelo que ele aparenta ser.

Ver Fauno na forma de meio homem e meio animal indica o relacionamento que, apesar do que a razão pensa, o Ser Humano tem com o mundo "animal". O Ser Humano é um animal que se "destacou" como uma espécie de todas as outras espécies da Natureza e que, nos últimos dois mil anos, proclamou-se proprietário da Natureza porque foi criado à imagem e semelhança de um deus proprietário de tudo, um deus-patrão.

Na realidade, o Ser Humano é parte da Natureza e age dependendo dela, com base nela; serão as suas escolhas totais que revelarão se o Ser Humano terá agido na Natureza tendo por base ele mesmo.

Fauno é como Silvano: nos contornam, são Consciências que entram em relacionamento conosco e com as quais podemos trocar energia que nos renova.

Fauno é uma Consciência grande, uma fonte grande de vida. Não é por acaso que se comenta a respeito das suas aventuras "amorosas"; é uma das maneiras através da qual os Seres Humanos e os Seres Animais renovam a Energia Vital deles acelerando o fluxo e o sentido da Energia Vital. É uma característica de Fauno; é uma característica dos Seres que o constituem fornecendo-lhe e extraindo-lhe Energia. O deus Pan é mais semelhante a Fauno do que a Silvano.

Se a Fauno foram atribuídas as características do Lobo é somente porquê os olhos dos Seres Humanos, quando percebiam Fauno, temiam e exaltavam as características do Ser Lobo.

Fauno protegia os rebanhos, não porque fosse o dono, o patrão dos rebanhos (somente os dominadores dos servos, e os próprios servos do açougueiro de Sodoma e Gomorra se disfarçam com a imagem de bons pastores, com a finalidade de roubarem e sacrificarem os indefesos), mas porquê os rebanhos são parte do próprio Fauno, e o Ser Lobo é um Ser discreto: caçava somente o que ele necessitava, não matava apenas para matar.

Foram os proprietários dos rebanhos que erigiram um templo a Fauno; mas era apenas uma exteriorização; os próprios rebanhos eram os Faunos e com os quais aqueles mesmos pastores se identificavam e, deles consideravam-se parte.

Fauno é um Ser Mágico, não porque use uma varinha mágica, mas porquê a Energia Vital que o constitui é a animal, Energia utilizável diretamente pelo Ser Humano que se relaciona com Fauno e dele se torna parte. É mágica cada ação através da qual é cedida e é extraída Energia Vital, e cada Consciência, deste modo constituída, efetua-se apenas e tão-somente através da Energia Vital. Por este motivo, os Seres como Silvano e Fauno são considerados "deuses"; nada a ver o uso deste termo com o significado usado por parte dos cristãos.

Fauno é um Ser que não é nem masculino nem feminino; é a Energia Vital transformada em vida animal feita Consciência!

A Fauno associam-se inclusive as vozes, os sons emitidos, do Bosque. Outrossim os sussurros do Bosque são Fauno e Silvano juntos.

Na Antiga Roma haviam certas pessoas chamadas de "Fatui" , que escutavam e interpretavam as vozes do Bosque. O Bosque que fala através dos Seres que o compõem. O Bosque que transmite sussurros a quem é capaz de ouvi-los.

E quem é capaz de escutar as vozes do Bosque?

*Existe um inteligível que tu deves colher com a flor do intuir, para que propenda em direção a ele o teu intuir, e o interpretes como se tu o intuísses alguma coisa definida, não o colherás. É o poder de uma força que se esparge, que fascina com entendíveis cortantes. Não deve colhê-lo com veemência, esse inteligível, mas com a chama sutil de um sutil intuir que a tudo submete a uma dimensão, salvo esse inteligível; e não devas intuí-lo com intensidade, mas - conduzindo o olhar distraído e sincero da tua alma - pender em direção ao inteligível, para compreende-lo, um intuir vazio, pois fora do intuir ele mora.*

De "Oráculos dos Caldeus" de Angelo Tonelli ed. BUR

E para aquele que ouviu as vozes do Bosque, as suas Consciências; eram as de Fauno ou de Silvano?

Aquele que não traduz com palavras o que ouviu, mas deixa fluir o sentimento particular e a intuição individual, servindo-se através das próprias mãos apalpando o Bosque, somente ele compreende e distingue as vozes do Bosque e as de Fauno.

Não existem palavras para se traduzir tudo o que chega a nós das Procedências, do Bosque, dos Seres da Natureza filhos de Hera ou Juno. Existe apenas um "sutil intuir" que incide sobre as nossas emoções e alimenta as nossas escolhas!

Versão levada à internet em 26 de janeiro de 2006

Modificada em 06 de fevereiro de 2015

Aqui você pode encontrar a versão original em italiano

A tradução foi publicada 06 de setembro de 2016

Il sentiero d'oro: gli Dèi romani

A vida representada por Juno na 'Piazza delle Erbe' em Verona

 

O suicídio representada por Julieta em Verona

 

A Religião Pagã exalta a vida triunfando na ocasião da morte.

 

O cristianismo exalta a morte, a dor, a crucificação e o suicídio.

 

Por isso os cristãos desesperados têm um patrão, que lhes promete a ressurreição na carne.

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Claudio Simeoni

Mecânico

Aprendiz a Bruxo (Apprendista Stregone)

Guardião do Anticristo (Guardiano dell'Anticristo)

Membro fundador

da Federação Pagã

Piaz.le Parmesan, 8

30175 - Marghera - Veneza

Tel. 3277862784

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e-mail: claudiosimeoni@libero.it

A Religião da Antiga Roma

A Religião da Antiga Roma estava caracterizada por dois elementos fundamentais. Primeiro: era uma Religião elaborada pelo homem que habita o mundo, que é constituído por Deuses, e com estes ele mantinha relacionamentos recíprocos para interesses comuns. Segundo: a Religião da Antiga Roma era a religião da transformação, do tempo, da ação, de um contrato entre os sujeitos que agem. Estas são as condições que a filosofia estoica e platônica jamais compreenderam e, a ação delas deformou, até os dias de hoje, a interpretação da Antiga Religião de Roma, nivelando-a aos modelos estáticos do platonismo e neoplatonismo primeiramente, e ao modelo do cristianismo depois. Retomar a tradição religiosa da Antiga Roma, de Numa, significa sair fora dos modelos cristãos, neoplatônicos e estoicos para se retomar a ideia do tempo e da transformação em um mundo que se transforma.