É a palavra do deus imutável ou é a sequência dos acontecimentos palavra imutável do deus?
O deus fala através das ações! A palavra do deus é a ação, seja com o ato seja em potencial.
Afirma-se: "deus diz..." esse dizer seria o destino do Ser Humano; ou é o vir a ser do Ser Humano o dito de deus?
O destino dos Seres que formam a flora de bactérias do meu estômago está ligado às minhas ações e às minhas escolhas. As minhas ações determinam a qualidade e a quantidade da flora de bactérias do meu estômago. A minha morte é a transformação definitiva da flora de bactérias do meu estômago. Portanto, as minhas ações e as minhas escolhas são o Fato dos Seres que constituem a flora de bactérias no meu estômago, e mesmo não sendo fator único e absoluto, capaz de modificar o vir a ser da própria flora.
O acontecimento (= *fatto* no idioma italiano) [observação: a palavra *fatto* em italiano significa acontecimento, que em português é com uma letra *t* somente, ou seja *fato*; e *fato* em italiano significa destino ou sorte] de Fato derivar da raiz "Fari" (fazer) e não da raiz "Facere" é fruto de uma escolha subjetiva do mesmo modo que a situação de Destino (= Fato) deriva de uma manipulação de ambas as raízes.
A palavra revela as intenções, o fazer, a ação, as produções! O Ser Humano honrado manifesta com as palavras as suas intenções próprias, as quais depois transforma em ações. O Fato, portanto, é o poder e as determinações que concorrem ao processo de mudança da realidade: o seu destino!
A objetividade é composta por um conjunto de sujeitos que, através das suas escolhas, determinam as circunstâncias, isto é o ambiente e as condições para esse ambiente, da própria objetividade. O destino, o fato, ao qual um sujeito deve se submeter são as condições surgidas e que foram determinadas, mesmo antes do nascimento, antes do próprio vir a ser, antes que o sujeito tomasse as suas decisões.
O Fato é constituído por muralhas, e por isso, a ação humana é limitada, controlada. De modo que, a atividade é restrita por obra dos poderes que se referem à objetividade existente e com os quais o recém-nascido tem relacionamentos, desde o dia do nascimento. O contato entre o sujeito e esses poderes determina a quantidade, a qualidade e a direção através da qual o sujeito tende à mudança, ao desenvolvimento, e portanto constrói-se. Por conseguinte, é dentro desses limites que o sujeito irá construir o seu destino particular, o seu Fato privativo.
Esses poderes são sempre "egoístas" porque agem por si e para si mesmos, e não de acordo com alguma finalidade qualquer, ou interesse específico. É o sujeito, mergulhado nessa objetividade, que exercita:
1) O seu próprio livre-arbítrio por meio da escolha, entre várias opções, dentro das quais ele pode escolher;
2) O seu próprio querer, e a sua vontade específica, tendo em vista o seu bem-estar particular
O vir a ser não é, nem nunca consistiu em um ato, em uma conduta sofrida passivamente pelo sujeito, mas o vir a ser pertence ao sujeito que o finaliza (ou deveria conseguir finalizá-lo; ou até então tenta finalizá-lo) para o desenvolvimento do seu próprio Poder de Ser, dele próprio.
O vir a ser é uma explosão de Energia Vital, que se amplia, através do relacionamento entre o sujeito e todos os aspectos específicos da objetividade. Essas relações têm uma autoconsciência específica, constituem as explosões de Energia Vital que, conduzidas ao longo da estrada do Ser, enriquecem, mediante a consciência que surge do relacionamento, tanto o sujeito como o aspecto específico encontrado na objetividade.
Fato, portanto, não é um deus do destino, mas representa o vir a ser do Ser Vivente e as específicas sequências de escolhas através das quais o Ser Vivente constrói a si mesmo. Fato não está antes do evento, mas é o efeito do evento.
Fato é o vir a ser do menor Ser da Natureza como é também o vir a ser do Universo em seu complexo. A sua grandiosidade está constituída na explosão de Energia Vital produzida pela relação entre os sujeitos que fundam o vir a ser, isto é o tornar-se deles. Não é difícil distinguir como poderia ser individuado um Fato para cada Ser Humano macho, e uma Fata para cada Ser Humano feminino. Não é difícil distinguir a tentativa de expressão da Fata para extrair do Ser Humano a capacidade de determinação para as transformações com o fim de submetê-lo a um deus-patrão qualquer. Fatus vem a simbolizar o destino individual: aquilo que te acontece porque assim estava escrito. Com os Estoicos, do Fato derivaram-se tanto o destino humano como as transformações da Natureza, e a liberdade consiste em conformar-se ao destino; a essa concepção se opõe o cristianismo com a ideia de que o Fato, à vontade do deus-patrão deve moldar-se, colocando ao lado do Fato a providência do deus-patrão, como se fosse um prazer a esse deus-patrão destruir, ou estar à disposição dele o destino particular de cada indivíduo, conforme disposto nos evangelhos e nos textos cristãos:
"Com certeza podes levar a minha cruz, bem como sentar à minha direita ou à minha esquerda, fica a critério daquele que decidir."
"Consequentemente, um rico não entra no reino dos céus?" "Se entra ou não entra, isto depende do querer do deus-patrão."
Tirado em memória dos evangelhos cristãos.
"O Vaso de argila talvez perguntará a quem o fez: "Por que me fizeste assim?" O oleiro talvez não tenha total disponibilidade da argila, e assim fez da mesma massa um vaso que lhe é útil e um outro que lhe parece vil?" Paulo de Tarso, Romanos 9, 20-21
E eis que, para os adoradores do deus-patrão, interpretarem Fato como um querer próprio do deus deles, e ao qual os povos devem se sujeitar, e um querer que bloqueie os processos de modificação e de transformação: destruir o vir a ser deles, destruindo as raízes e as tradições e, assim, disseminando a miséria.
Fato deve ser lembrado para uma homenagem.
As três Fata eram figuras femininas que, pelo que me lembro, serviam para que fossem recordados os esforços que as mulheres fazem para parirem e, de onde surge o nome de fata (fada, em português), na imaginação das fábulas em que a mulher se dedica aos encantos e às práticas mágicas. Mas, não é talvez quem pratica a magia aquele quem decide o seu destino próprio? Aquele que pelas suas ações determina a qualidade da sua existência particular?
Até o momento em que por meio do seu querer pessoal, e vontade própria, o sujeito participa do relacionamento com a objetividade, ele assim está determinando, dentro dos limites das suas condições, o seu destino e o seu vir a ser como a expansão de si mesmo e da objetividade. Quando o sujeito desanima ou sofre influências negativas, porque tornou-se impotente para ter querer e vontade pessoais , então não existe mais Fato, mas permanece somente o desejo de que a morte coloque fim ao seu desespero.
Versão levada à internet em 26 de janeiro de 2006
Modificada em 07 de fevereiro de 2015
Aqui você pode encontrar a versão original em italiano
A tradução foi publicada 21 de outubro de 2016
Il sentiero d'oro: gli Dèi romani |
A vida representada por Juno na 'Piazza delle Erbe' em Verona
O suicídio representada por Julieta em Verona
A Religião Pagã exalta a vida triunfando na ocasião da morte.
O cristianismo exalta a morte, a dor, a crucificação e o suicídio.
Por isso os cristãos desesperados têm um patrão, que lhes promete a ressurreição na carne. |
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Claudio Simeoni Mecânico Aprendiz a Bruxo (Apprendista Stregone) Guardião do Anticristo (Guardiano dell'Anticristo) Membro fundador da Federação Pagã Piaz.le Parmesan, 8 30175 - Marghera - Veneza Tel. 3277862784 Tel. 3277862784 e-mail: claudiosimeoni@libero.it |
A Religião da Antiga Roma estava caracterizada por dois elementos fundamentais. Primeiro: era uma Religião elaborada pelo homem que habita o mundo, que é constituído por Deuses, e com estes ele mantinha relacionamentos recíprocos para interesses comuns. Segundo: a Religião da Antiga Roma era a religião da transformação, do tempo, da ação, de um contrato entre os sujeitos que agem. Estas são as condições que a filosofia estoica e platônica jamais compreenderam e, a ação delas deformou, até os dias de hoje, a interpretação da Antiga Religião de Roma, nivelando-a aos modelos estáticos do platonismo e neoplatonismo primeiramente, e ao modelo do cristianismo depois. Retomar a tradição religiosa da Antiga Roma, de Numa, significa sair fora dos modelos cristãos, neoplatônicos e estoicos para se retomar a ideia do tempo e da transformação em um mundo que se transforma.