Diana é o princípio feminino da vida.
Diana é a luz do dia quando fascina a quem se expressa na vida.
Se Diana identifica-se com o bosque e com os animais femininos do bosque é apenas por uma leitura muito aproximada. A vida envolve o planeta inteiro e o princípio feminino é dele a essência fundamental, pois o germinar é atividade para o ser, para o existir sobre o planeta.
O princípio feminino deve sustentar o único contraste contínuo com a tentativa masculina para modificar o presente, que o princípio feminino alimenta e conserva.
O lado feminino do princípio masculino quer dominar e subjugar o princípio feminino para deste se apropriar, obrigando o princípio masculino a sucumbir.
O lado feminino do princípio masculino encontrou-se na impotência para exprimir-se, porque está impossibilitado tanto para modificar o presente quanto a de estar propenso a garantir a própria sobrevivência. O homem é uma mulher falida e quando a mulher-homem prevalece, na psique do indivíduo, não preserva o presente nem o modifica por conta de um futuro possível. Somente a ideologia da posse e da discriminação contra o princípio feminino da vida, que procrastinavam as transformações do presente e o nascimento de um possível futuro, concederam as condições ideológicas para o surgimento do Poder de Possuir. O lado feminino do princípio masculino da vida inventou o Demiurgo, um não-macho e não-fêmea, que se torna o modelo do patrão da mulher que era marginalizada na sociedade humana.
A mulher é segregada dentro de casa; serva dos filhos e do marido, obrigada a gerar filhos e obrigada a cuidar deles enquanto "o homem" era liberado dessa obrigação jurídica e moral por ser o "dirigente" do Comando Social.
Diana é o dia: o esplendor!
Dia e noite consecutivos.
Diana é o céu do qual a vida é proveniente como consequência da vida do Sol.
Diana é o princípio feminino da luz do dia assim como Júpiter representa o masculino. Júpiter é o céu como Ser em si mesmo, Diana é a tensão do princípio feminino que exorta para não ser subjugada e constrangida.
Diana é a liberdade do Ser feminino contra a exigência imposta pelo princípio masculino que se transformou em Comando Social rendendo-se, pois, ao seu lado feminino particular.
A psicologia fornece uma leitura histórico-antropológica dos comportamentos por meio dos quais a Deusa Diana toma forma, substância e Consciência; mas somente o vidente, alterando a sua percepção, pode vislumbrar s grandiosidade do Ser chamado Diana, ou qualquer outro nome dado a esta Deusa em outras culturas.
O Ser Diana alimenta o princípio feminino da existência. Cada célula do Ser Diana é cada condição que consente à vida o vir a ser. O Ser Diana está unida a cada Ser Feminino seja qual for a espécie e, através das Linhas de Tensão esparge e recebe Energia Vital de cada consciência que surge à luz do Sol. Esparge e recebe Energia Vital não como simples receptor, mas como Consciência que tende a crescer e a exercitar a sua própria inteligência e a sua própria vontade, nos tempos das mutações próprias, aptas a determinarem direção, qualidade e quantidade de Energia Vital com as quais possa alimentar novos nascimentos.
Diana, como todos os Seres, é propensa a expandir-se através da expansão do "princípio" do qual é síntese e substância.
Diana está vigilante para que o princípio feminino não seja jamais colocado em dificuldade e, concomitantemente, está pronta a fornecer apoio para que cada Ser que pode contribuir com a liberação do princípio feminino das imposições e possa ser de qualquer modo ajudado. Diana está pronta a colher cada centímetro cúbico de oportunidade para expandir o princípio feminino contra qualquer coerção.
Onde está a "crueldade" do rito no bosque sacro de Nemi?
A crueldade está no coração e olhos de quem vê e não compreende o desenvolver dos acontecimentos.
O cervo mais forte adquire o direito de perpetuar o seu próprio DNA com várias fêmeas.
O feminino é; o macho deve conquistar o seu direito de modificar o presente.
Certamente isto é cruel aos adoradores do açougueiro de Sodoma e Gomorra que fazem do Ser Humano Feminino um comércio, reduzindo esse comércio a um dos dogmas da específica sujeição ao seu deus.
Não seria, por acaso, a Maria, desses adoradores, a puta e escrava do seu deus patrão, que recita o 'magnificat' declarando a grandiosidade por ser escrava e serva submissa?
Deus, macho impotente [ igual a Paulo de Tarso] que se torna "caralhudo" quando extermina os habitantes de Sodoma e Gomorra, ou quando se satisfaz ao possuir Maria ou, como Jesus, que se faz de garanhão à Samaritana junto ao poço.
Igual ao cervo macho ambiciona ao maior harém, assim o macho que deseja ocupar aquela posição deve conquistá-la e deve saber mantê-la. Deve ser um homem que defende o seu futuro, antes que outro macho se apodere do presente.
Constitui um comportamento, o do homem que enfrenta os problemas sociais, um comportamento que é impossível de ser entendido pelo carniceiro de Sodoma e Gomorra, pois eles vivem aguardando a providência divina [não se preocupem com o que comerão ou com que roupas vestirão, diz Jesus, adorem o deus senhor de vocês, e o que vocês têm considerem como um presente do senhor deus] que providencia as posições sociais que são adquiridas com método que hoje definimos como métodos "mafiosos" seja quando se trata do lado dramático e violento seja quando são obtidos com o mais vulgar "lamber os pés do mais forte e obrigar o mais fraco a humilhar-se."
Matar não é ato de crueldade. Torna-se um ato de crueldade somente quando um poderoso se apodera daquele que será morto, e ainda espolia esse seu objeto lesado.
A crueldade é constranger alguém a viver encerrado entre paredes mesquinhas; obrigando, assim, o infeliz a fazer ou a deixar de fazer alguma coisa contra a sua vontade própria; obrigá-lo a tornar-se cego diante da existência; obrigá-lo a mendigar para poder sobreviver no dia a dia por motivos de interesses e objetivos que nada têm a ver com a vida, mas que são escopos que têm a finalidade de alimentar dentro da sociedade a submissão e o impulso de morte.
A luta pela vida não é crueldade! É?
A luta pela vida só se torna dramática com a presença do cristianismo. que, para se apoderar da vida, torna-a vil, humilha-a, tornando-a difícil através da exaltação da dor imposta às mulheres e aos homens.
O Ser Humano Masculino conquista o seu lugar no centro do bosque sagrado de Nemi. Abre um combate e se torna um núcleo de energia, que alimenta e modifica a manifestação do princípio feminino da vida. É deste modo que sucede a mudança das espécies em centenas de milhões de anos.
Através dele passam todas as Linhas de Tensão do bosque dessa sociedade, desse futuro possível.
Diana, a fúria feminina da existência, passa por ele, e dele saindo receberá a modificação que esse Ser Masculino lhe imporá.
Ele é o Bruxo (Stregone) do bosque de Nemi!
É o Stregone que produziu a modificação da espécie.
A sua ramificação de ouro é o seu vir a ser na eternidade. Essa ramificação é plantada para transformá-lo em uma árvore; ele planta a si próprio para se transformar em um Ser eterno.
O seu antepassado aguardava com ansiedade o momento em que será destruído por um candidato digno a esse posto. O velho acionará toda a sua força, a sua experiência, a sua astúcia para golpear o candidato ao posto ocupado por ele. O seu escopo não é o de "salvar a sua própria existência, para salvar a sua vida particular" que, seja como for está chegando ao fim do seu caminho, mas tem o escopo de garantir ao princípio feminino da vida as transformações melhores para construir o futuro da sua espécie. O mais digno para substituí-lo.
Ele sabe que deverá morrer pelas mãos de um "pretendente", ele sabe que a morte do corpo físico se transformará em "nascimento do corpo luminoso", ele sabe como a sua morte será imediata, mas ao morrer quer fazer a última "oferta" a Diana: quem o matará será efetivamente um Ser Humano mais forte do que ele; será efetivamente aquele que, atravessado por Diana, tornará esta mais forte; será efetivamente aquele que através de Diana se transformará na árvore do seu vir a ser individual.
Em cada variação das espécies na Natureza somente aquele que se modificava e introduzia no feminino da existência modificações úteis para o futuro, é o que podia ocupar a Ramificação de Ouro. O feminino variava e uma nova espécie da Natureza iniciava o seu caminho.
Platão e os hebreus antes, e os cristãos depois, combateram o vir a ser das espécies e o vir a ser da espécie humana. O primeiro impôs a eugenia para melhor servir ao senhor (Claudio Simeoni aqui se refere ao deus-patrão: *padrone*); os segundos a primazia da descendência de raça e de sangue.
Diana, não Ártemis, "protege" os escravos, ou melhor, impede que as correntes da escravidão se transfiram dos pulsos ao cérebro. Do constrangimento material à adesão subjetiva de escravo, isto é abandonando-se ao estado de escravo em tais condições.
Diana é Liberdade!
A Liberdade do Ser Humano feminino ao que se refere a como administrar o seu próprio sexo e a sua pessoa individual; a liberdade latente ao longo do seu trajeto para comandar a si mesma; é a Liberdade do Ser Humano masculino para administrar a si mesmo sem ser obrigado a aderir a esquemas ou dogmas.
Por quê Diana odeia a quem se deixa possuir por mãos alheias para satisfazer os seus próprios desejos?
Incapaz de assumir as suas próprias responsabilidades do vir a ser particular, ele se esquiva e entrega a sua vida a outras mãos e ainda se compraz chamando a isto: Poder. É um impotente na existência, que sobrevive com a violência dos grilhões e do terror, com os quais, ainda, obriga a outros Seres, da sua espécie, a satisfazerem as suas necessidades particulares (sem fornecer nada em troca; exatamente como aqueles que enriquecem com o trabalho dos subalternos e ainda afirma ser "bom" porque lhes fornece trabalho). É o Poder de Possuir obtido destruindo antes a si mesmo, e depois a objetividade em que vive.
A ferocidade de Diana se manifesta com o ato de rebelião do oprimido quando ele reivindica a sua liberdade em relação ao opressor.
Esse ato não tem nada de "nobre" (o é na sua expressão absoluta conforme as suas finalidades), mas sim violento, determinado, absoluto, cruel. O ato em si mesmo deve satisfazer, exaurir, todos os sofrimentos que o opressor causou ao oprimido.
O opressor fez da escravidão uma arte para servir de intermediação para que ele reafirme a opressão, contra cada solicitação de liberdade; para a saída da opressão não existe uma arte, mas existem atos violentos e ferozes que têm o rosto e os olhos de Diana. Atos violentos que obrigam o opressor a modificar o tipo da opressão.
Construir uma moral sobre a beleza, e a necessidade da opressão é de uma pobreza tal que, somente os adoradores do carniceiro de Sodoma e Gomorra, poderiam conceber tal sujeição. A força de Diana se expande na vida e não necessita nem de fé nem de credo.
Com o Conselho de Ancirra (na realidade decreto de Carlos Magno), a vida é proscrita; quem respira a Liberdade será exterminado. Todavia, as cavalgadas das mulheres continuam ao lado de Diana. A Liberdade desaparece totalmente somente quando no Ser Humano morre o impulso em direção a um futuro possível. O esplendor da vida atravessa o corpo, Diana oferece a sua própria Energia àqueles que, no último respiro acumulam toda a vontade privativa, para agarrar pelo pescoço que lhes oprimiu.
Diana cavalga silenciosa durante a noite ou mantém-se suspensa no ar debaixo do céu estrelado sobre um tronco de aveleira, ou simplesmente, transportada pelo vento. Porque ela é a luz nas trevas aonde o carniceiro de Sodoma e Gomorra e o pederasta crucificado de Nazaré desejariam lançar a humanidade.
O princípio feminino atravessa todos os Seres da Natureza. Em Diana a necessidade de liberdade do princípio feminino da vida assume os olhos ferozes de uma necessidade reprimida, e que na sociedade humana tende a se libertar das imposições. O Ser Humano, quando já se transformou em um saqueador da Natureza, então já se transformou também em um saqueador da própria sociedade.
Diana é nutrida de tudo o que de feminino está presente na Natureza, mas torna-se muito forte cada vez que um caminho em direção à liberdade começa a ser percorrido por um Ser Humano. Ainda muito mais forte quando os processos de transformação dos Sistemas Sociais Humanos introduzem-no em veredas aonde deverão ser usados atos destinados a removerem grilhões, e consequentemente, para que as asas em direção a uma nova percepção (da realidade) se abram e se expandam.
Diana não se importa se os caminhos escolhidos são os que precisam de processos mais lentos e previstos antecipadamente, e com efeitos concomitantes com outros efeitos advindos de situações particulares; ou ainda, resultantes de atos ferozes de violência. As escolhas pertencem aos homens e às mulheres que edificam os seus futuros, conforme a vontade deles; Diana concede e recebe Energia Vital, não distribui opiniões morais ou comportamentais. As apreciações morais ou comportamentais constituem prerrogativas dos servos do açougueiro de Sodoma e Gomorra que, incriminando as escolhas dos homens, avaliarão essas escolhas justificando, assim, as correntes que os mantêm enclausurados.
Texto de 1993
Atualização em: Marghera, 11 de maio de 2016
Aqui você pode encontrar a versão original em italiano
A tradução foi publicada 22 de março de 2017
Il sentiero d'oro: gli Dèi romani |
A vida representada por Juno na 'Piazza delle Erbe' em Verona
O suicídio representada por Julieta em Verona
A Religião Pagã exalta a vida triunfando na ocasião da morte.
O cristianismo exalta a morte, a dor, a crucificação e o suicídio.
Por isso os cristãos desesperados têm um patrão, que lhes promete a ressurreição na carne. |
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Claudio Simeoni Mecânico Aprendiz a Bruxo (Apprendista Stregone) Guardião do Anticristo (Guardiano dell'Anticristo) Membro fundador da Federação Pagã Piaz.le Parmesan, 8 30175 - Marghera - Veneza Tel. 3277862784 Tel. 3277862784 e-mail: claudiosimeoni@libero.it |
A Religião da Antiga Roma estava caracterizada por dois elementos fundamentais. Primeiro: era uma Religião elaborada pelo homem que habita o mundo, que é constituído por Deuses, e com estes ele mantinha relacionamentos recíprocos para interesses comuns. Segundo: a Religião da Antiga Roma era a religião da transformação, do tempo, da ação, de um contrato entre os sujeitos que agem. Estas são as condições que a filosofia estoica e platônica jamais compreenderam e, a ação delas deformou, até os dias de hoje, a interpretação da Antiga Religião de Roma, nivelando-a aos modelos estáticos do platonismo e neoplatonismo primeiramente, e ao modelo do cristianismo depois. Retomar a tradição religiosa da Antiga Roma, de Numa, significa sair fora dos modelos cristãos, neoplatônicos e estoicos para se retomar a ideia do tempo e da transformação em um mundo que se transforma.