A renovação dos Seres é uma renovação perene até a formação do Ser Absolutamente Necessário, que é o objetivo das transformações do Universo.
Depois que os Seres Humanos nasceram, a sua percepção e os seus anseios, vieram a ser limitados no âmbito do concebido pela razão.
No ideado pela razão alguns deles, em vez de se considerarem partes da Natureza, imaginam-se que são Seres Absolutamente Necessários: depois deles há o nada!
Ana Perena relembra os Seres que só ela é perene, porque é capaz de se renovar ciclo após ciclo. Ana Perena lembra que o crescer e o renovar-se constituem a chave para tornarem-se eternos.
Ana Perena relembra que se permanecerem estáticos, dentro da condição da sua própria existência, estão elaborando a chave para se predisporem ao temor, bem como à preliminar para a extinção da própria Autoconsciência.
Quem quer tornar-se perene deve crescer e se renovar.
Ana Perena é "velha". Sempre velha, para poder estar sempre perto da renovação, quando então surgirá em seguida, e jamais será como antes: pois será o depois.
Quando o desacordo, que é solucionado por meio da guerra, quis unir-se ao Saber, Marte encarregou Ana Perena de ser a mediadora.
Ana Perena não poderia tornar-se mediadora de tal união porque, esta fusão, teria sido deletéria à própria transformação e renovação. O "Saber" unido à "Guerra" bloqueia a renovação porque, cada vez que um desacordo é resolvido mediante o uso de armas, existe a aniquilação de uma das duas partes e um processo trabalhoso de readaptação para quem sobrou.
Esse processo de readaptação trunca energia para a renovação. Quem está empenhado em sobreviver, dificilmente pode progredir com muita energia para fortalecer-se no momento da própria regeneração.
Desse modo Ana Perena enganou Marte substituindo-se por Minerva no encontro com o próprio Marte. A fusão teria sido nociva para Marte: ele desaparece na solução do conflito, Ana Perena se renova.
Marte renasce a cada ano, é o primeiro de Março quando a primavera bate às portas da Natureza nos países mediterrâneos. Ana Perena se renova ano após ano, tornando-se eterna na renovação.
Descoberto o engano, Marte não pode matar Ana Perena, sob pena de sua própria morte. Ana Perena ataca Marte com palavras obscenas. Marte, o conflito que se soluciona, não pode controlar a "estratégia para poder enfrentar a contenda", sendo ela Minerva. Ana Perena afronta Marte divertindo-se com ele. Deste episódio, segundo Ovídio, têm origem os versos obscenos que as jovens lançam na festa em honra à Ana Perena.
A alegria da festa de 15 de março é o triunfo do vir a ser eterno sobre o fracasso da existência. O triunfo de Ana Perena constitui o triunfo dos Seres, enquanto se transformam para se tornarem parte do Ser Absolutamente Necessário como o resultado de suas próprias ações, fazendo de um modo que a própria Autoconsciência se torna eterna.
*NOTA*: O mito, especialmente o tardio, de Roma inclui duas "Ana Perena". A Ana Perena que levo em consideração é a celebrada em Roma aos 15 de março nas margens do Tevere.
É dito que o Mito foi elaborado levando-se em conta uma mulher velha que, com os seus bolos entretém a plebe, durante as reuniões sobre o Monte Sacro. Ovídio disse que uma vez que isso tornou-se um vício em Roma foi erigida uma estátua, que concedia auxílio perene a quem tivesse necessidade.
Texto de 1993
Com revisão na forma atual: Marghera, 16 de outubro de 2016
Aqui você pode encontrar a versão original em italiano
A tradução foi publicada 24.06.2018
Il sentiero d'oro: gli Dèi romani |
A vida representada por Juno na 'Piazza delle Erbe' em Verona
O suicídio representada por Julieta em Verona
A Religião Pagã exalta a vida triunfando na ocasião da morte.
O cristianismo exalta a morte, a dor, a crucificação e o suicídio.
Por isso os cristãos desesperados têm um patrão, que lhes promete a ressurreição na carne. |
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Claudio Simeoni Mecânico Aprendiz a Bruxo (Apprendista Stregone) Guardião do Anticristo (Guardiano dell'Anticristo) Membro fundador da Federação Pagã Piaz.le Parmesan, 8 30175 - Marghera - Veneza Tel. 3277862784 Tel. 3277862784 e-mail: claudiosimeoni@libero.it |
A Religião da Antiga Roma estava caracterizada por dois elementos fundamentais. Primeiro: era uma Religião elaborada pelo homem que habita o mundo, que é constituído por Deuses, e com estes ele mantinha relacionamentos recíprocos para interesses comuns. Segundo: a Religião da Antiga Roma era a religião da transformação, do tempo, da ação, de um contrato entre os sujeitos que agem. Estas são as condições que a filosofia estoica e platônica jamais compreenderam e, a ação delas deformou, até os dias de hoje, a interpretação da Antiga Religião de Roma, nivelando-a aos modelos estáticos do platonismo e neoplatonismo primeiramente, e ao modelo do cristianismo depois. Retomar a tradição religiosa da Antiga Roma, de Numa, significa sair fora dos modelos cristãos, neoplatônicos e estoicos para se retomar a ideia do tempo e da transformação em um mundo que se transforma.