Portuno - cruzamento entre o passado e o futuro

Os Deuses na Religião Romana
A Estrada de Ouro

Claudio Simeoni
traduzido por Dante Lioi Filho

Índice da Religião Romana

 

Portuno é um outro modo de perceber o Deus Jano. A percepção de Jano toma forma na razão através do uso das portas. Nós atravessamos as portas da nossa existência provindo de um passado que nos construiu, agimos pela porta do presente e, atravessando-a, entramos num presente futuro. Atravessamos sempre as portas toda vez que colocamos em prática uma decisão, uma ação ou fazemos uma escolha.

Como nós o fazemos, assim também o fazem os navios. O navio entra no porto, descarrega o frete, talvez carregue uma nova e diferente carga, e zarpe em direção a um futuro.

Portuno é o porto onde se chega para se programar uma nova viagem.

O porto como ponto de chegada e preparação da partida.

O porto é o lugar onde se projeta o futuro.

Naquele lugar se chega, daquele lugar se parte.

Pode-se falar da diferença entre o Deus Jano e o Deus Portuno. O homem se faz Jano para atravessar as portas da sua existência; o lugar torna-se Portuno para garantir chegada e partida em direção ao futuro.

Os lugares nos quais se chega e dos quais se parte são os lugares que garantem a segurança através da qual podemos projetar a vida.

Em que momento se funda o futuro? Agora, imediatamente, já!

Em que lugar se constrói o futuro? Aqui!

Portuno está aqui e agora. Em cada fragmento do aqui e em cada fração deste momento.

Portuno é subjetividade e objetividade do Ser Humano. Portuno é um Guardião Potente na relação entre o próprio Ser Humano e o mundo que o rodeia.

O escopo do Guardião é fundar o futuro; cada futuro, em cada momento.

Jano é a coisa, Portuno é o estímulo para que a coisa aconteça.

Jano e Portuno sempre são vistos juntos. Um e outro não podem se separar. Sem Portuno, Jano é uma abstração, uma ideia estática na cabeça do homem. Com Portuno Jano se torna a projeção da ação. Um ato de vontade, com a qual, cada um dos indivíduos utiliza do oportuno para o vir-a-ser da espécie à qual cada um pertence.

 

Texto de 1993

Revisado no formato atual: Marghera, outubro de 2018

 

Aqui você pode encontrar a versão original em italiano

A tradução foi publicada 07.02.2019

 

Il sentiero d'oro: gli Dèi romani

A vida representada por Juno na 'Piazza delle Erbe' em Verona

 

O suicídio representada por Julieta em Verona

 

A Religião Pagã exalta a vida triunfando na ocasião da morte.

 

O cristianismo exalta a morte, a dor, a crucificação e o suicídio.

 

Por isso os cristãos desesperados têm um patrão, que lhes promete a ressurreição na carne.

Home Page

Claudio Simeoni

Mecânico

Aprendiz a Bruxo (Apprendista Stregone)

Guardião do Anticristo (Guardiano dell'Anticristo)

Membro fundador

da Federação Pagã

Piaz.le Parmesan, 8

30175 - Marghera - Veneza

Tel. 3277862784

Tel. 3277862784

e-mail: claudiosimeoni@libero.it

A Religião da Antiga Roma

A Religião da Antiga Roma estava caracterizada por dois elementos fundamentais. Primeiro: era uma Religião elaborada pelo homem que habita o mundo, que é constituído por Deuses, e com estes ele mantinha relacionamentos recíprocos para interesses comuns. Segundo: a Religião da Antiga Roma era a religião da transformação, do tempo, da ação, de um contrato entre os sujeitos que agem. Estas são as condições que a filosofia estoica e platônica jamais compreenderam e, a ação delas deformou, até os dias de hoje, a interpretação da Antiga Religião de Roma, nivelando-a aos modelos estáticos do platonismo e neoplatonismo primeiramente, e ao modelo do cristianismo depois. Retomar a tradição religiosa da Antiga Roma, de Numa, significa sair fora dos modelos cristãos, neoplatônicos e estoicos para se retomar a ideia do tempo e da transformação em um mundo que se transforma.