Necessidade é uma força absoluta, o motor da Liberdade de cada Ser.
Liberdade é obedecer a Necessidade, escravidão é ser impedido de satisfazer Necessidade.
Qual Necessidade?
Aquela que produz o nosso nascimento em função da morte do corpo físico assim como o nascimento do corpo luminoso.
Necessidade é a força que nos impele a crescer, a construir a nós próprios mediante as solicitações das nossas premências e dos nossos desejos.
Necessidade é o movimento do universo inteiro que surge desde quando o primeiro núcleo explode e a primeira matéria torna-se consciente de si mesma.
Necessidade é o poder que produz a fonte em função da saída da água e, em obediência à gravidade, a conduz em direção ao mar.
É a Necessidade que compele o Ser Terra a girar ao redor do Ser Sol.
Necessidade é a imposição da vontade objetiva na qual o sujeito exercita a sua vontade própria.
Necessidade são as variáveis objetivas dentro das quais o sujeito pode escolher para as suas adaptações específicas.
Necessidade é a objetividade dentro da qual o Universo constrói a sua própria Autoconsciência.
Cada sujeito, cada objeto por sua vez, é portador de Necessidade. No momento em que um sujeito impõe satisfazer a sua Necessidade particular, ele é responsável pelas modificações produzidas na objetividade, quando age para satisfazer as suas necessidades próprias. Ele mantém a responsabilidade das modificações produzidas na objetividade, através das quais forçou outros Seres a se adaptarem. E isto para sempre, inclusive quando as novas condições permitem o nascimento de novas e diversas existências.
Necessidade é uma força "cega", desprovida de "inteligência planejadora" que age no interior da matéria e que compele a matéria, ao se adaptar às condições objetivas, a se tornar consciente de si mesma.
O agir de Necessidade é um agir que institui o princípio de liberdade.
Liberdade é a ação por meio da qual o inconsciente se torna consciente e que, adicionando a vontade particular para existir com a Necessidade que o conduziu ao vir-a-ser, busca a liberdade específica expandindo-se no mundo no qual veio-a-ser.
Necessidade constrói um conjunto de todas as Autoconsciências do universo, qualquer que seja a sua natureza, e as une, cada uma à todas as outras, através de Linhas de Tensão emotivas. Deste modo, cada sujeito que se expande se une a cada outro sujeito, que também se expande, acarretando aquela típica harmonia de intentos que mantém em equilíbrio o universo inteiro.
As Autoconsciências ( no nosso caso, as humanas) podem escolher entre a liberdade própria como crescimento de si mesmas no mundo, ou a sua própria aniquilação dentro de um delírio de onipotência. Cada ação que um sujeito pratica, permanece como uma modificação do mundo em que ele vive e, a essa modificação, outras Autoconsciências respondem adaptando-se. Deste jeito, cada ação e cada escolha de cada sujeito, fixa-se no mundo modificando tanto o sujeito que a praticou quanto o mundo em que outras consciências deverão se adaptar em seguimento àquela ação.
Em outras palavras, tudo o que foi feito permanece e então devemos nos perguntar: levamos em consideração os efeitos das nossas ações?
Necessidade é o curso do rio que conduz o Universo, a partir da Grande Explosão, à reconstituição da sua própria Autoconsciência.
Não sei quando Necessidade foi introduzida em Roma, nem quais foram as visões dos videntes que reconheceram a força e os intentos de Necessidade. Uma coisa é certa, Necessidade é uma emoção da existência da qual é inútil interrogar-se.
Vale apenas despertar para a própria existência e honrá-la exercendo a vontade própria, exclusivamente individual, bem como as determinações pessoais, no cotidiano da razão, inclusive em cada mundo alcançado por meio da alteração da percepção.
Vale, e para mim tem sido válido, recordar que, quando parece que o mundo enlouquece, um rio corre sempre das montanhas ao mar, também quando somos obstinados a aceitar a ilusão de que as águas do rio invertem o seu movimento.
Texto de 1993
Revisado no formato atual: Marghera, junho de 2018
Aqui você pode encontrar a versão original em italiano
A tradução foi publicada 15.12.2018
Il sentiero d'oro: gli Dèi romani |
A vida representada por Juno na 'Piazza delle Erbe' em Verona
O suicídio representada por Julieta em Verona
A Religião Pagã exalta a vida triunfando na ocasião da morte.
O cristianismo exalta a morte, a dor, a crucificação e o suicídio.
Por isso os cristãos desesperados têm um patrão, que lhes promete a ressurreição na carne. |
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Claudio Simeoni Mecânico Aprendiz a Bruxo (Apprendista Stregone) Guardião do Anticristo (Guardiano dell'Anticristo) Membro fundador da Federação Pagã Piaz.le Parmesan, 8 30175 - Marghera - Veneza Tel. 3277862784 Tel. 3277862784 e-mail: claudiosimeoni@libero.it |
A Religião da Antiga Roma estava caracterizada por dois elementos fundamentais. Primeiro: era uma Religião elaborada pelo homem que habita o mundo, que é constituído por Deuses, e com estes ele mantinha relacionamentos recíprocos para interesses comuns. Segundo: a Religião da Antiga Roma era a religião da transformação, do tempo, da ação, de um contrato entre os sujeitos que agem. Estas são as condições que a filosofia estoica e platônica jamais compreenderam e, a ação delas deformou, até os dias de hoje, a interpretação da Antiga Religião de Roma, nivelando-a aos modelos estáticos do platonismo e neoplatonismo primeiramente, e ao modelo do cristianismo depois. Retomar a tradição religiosa da Antiga Roma, de Numa, significa sair fora dos modelos cristãos, neoplatônicos e estoicos para se retomar a ideia do tempo e da transformação em um mundo que se transforma.