Mercúrio - a voz dos Deuses

Os Deuses na Religião Romana
A Estrada de Ouro

Claudio Simeoni
traduzido por Dante Lioi Filho

Índice da Religião Romana

 

Mercúrio é o viajante.

O Ser que arranca as raízes da terra em que nasceu e busca Conhecimento, Discernimento e Saber em cada lugar.

Mercúrio é o Conhecimento que viaja ao longo das Linhas de Tensão. Mercúrio é o Saber conquistado pelos Sonhadores.

Mercúrio é a determinação dos Seres na tentativa de relacionar-se com outros Seres. Mercúrio é o medo das relações entre os Seres. Mercúrio é aquele que confunde os Sonhadores nos meandros das alucinações, quando não são capazes de exercer a vontade durante o sonhar ou na vida cotidiana.

Quem é Mercúrio?

O mensageiro dos Deuses ou a determinação do Ser, neste caso do Ser Humano, ao assaltar o céu do Conhecimento e do Discernimento?

Ele é um e o outro; como os Seres na existência estimulam o Ser Humano a se apropriar do Conhecimento e do Discernimento, deste modo o ato de apropriação do Conhecimento e da Astúcia incita os Seres da existência a se relacionarem com o Ser Humano.

O Comando Social não concebe nenhum outro relacionamento entre os Seres Humanos senão mediante a posse, que se torna a ideologia do Poder de Possuir.

Voz que circula ao longo das Linhas de Tensão, Mercúrio foi considerado o protetor dos comerciantes que viajavam ao longo dessas linhas, chamadas estradas, que uniam os povos.

Mercúrio se manifesta no comércio, se exprime nas relações.

A relação como ocasião para acumular conhecimento e experiência.

A relação como construção de riqueza, acúmulo de dinheiro e poder social.

Disto, considera-se Mercúrio um protetor de ladrões de trabalho de outras mãos? Protetor?

Como se pode proteger quem rouba o trabalho de outras mãos?

Para o Comando Social é, certamente, uma operação elogiável; a defesa dele mesmo precede qualquer outra necessidade social! Afinal de contas, Mercúrio não é o Hermes que furtou os rebanhos de Apolo e escondeu-os?

Construir a Cognição e acumular Saber, para o Comando Social é uma atividade inútil se não houver um vínculo para legitimar o domínio sobre homens.

Mercúrio carrega consigo esse duplo significado: em uma das mãos carrega o caduceu e na outra mão a bolsa com o dinheiro.

Mercúrio é o mensageiro que corre sobre as Linhas de Tensão: com frequência, Mercúrio, constitui as Linhas de Tensão em si mesmas.

É sintomático que da uniam de Mercúrio e Lara nascem os Lares: as vozes que se propagam nas encruzilhadas. As mensagens trocadas na intersecção das Linhas de Tensão.

Mercúrio existe porque existem as Linhas de Tensão, linhas de fluxos emotivos, que vinculam todos os Seres da Natureza entre eles. Mercúrio liga as determinações dos Seres da Natureza e dos Seres da Existência.

Há relacionamento com Mercúrio quando nos tornamos conscientes das Linhas de Tensão e aprendendo a manipulá-las. Somente os Bruxos (Stregoni) são uno com Mercúrio, mas qualquer Ser que exerce a vontade própria na existência se torna Mercúrio.

A sua festa era celebrada aos 15 de maio num templo circular junto ao Circo Máximo. Era celebrada pelos comerciantes que invocavam ganhos maiores nos seus negócios. Chegou o momento em que os caçadores de conhecimento e de discernimento comemoram as suas ações sacras, reconhecendo em Mercúrio a força que solidifica as relações na existência humana.

 

Texto de 1993

Revisado no formato atual: Marghera, maio de 2018

 

Aqui você pode encontrar a versão original em italiano

A tradução foi publicada 28.11.2018

 

Il sentiero d'oro: gli Dèi romani

A vida representada por Juno na 'Piazza delle Erbe' em Verona

 

O suicídio representada por Julieta em Verona

 

A Religião Pagã exalta a vida triunfando na ocasião da morte.

 

O cristianismo exalta a morte, a dor, a crucificação e o suicídio.

 

Por isso os cristãos desesperados têm um patrão, que lhes promete a ressurreição na carne.

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Claudio Simeoni

Mecânico

Aprendiz a Bruxo (Apprendista Stregone)

Guardião do Anticristo (Guardiano dell'Anticristo)

Membro fundador

da Federação Pagã

Piaz.le Parmesan, 8

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Tel. 3277862784

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e-mail: claudiosimeoni@libero.it

A Religião da Antiga Roma

A Religião da Antiga Roma estava caracterizada por dois elementos fundamentais. Primeiro: era uma Religião elaborada pelo homem que habita o mundo, que é constituído por Deuses, e com estes ele mantinha relacionamentos recíprocos para interesses comuns. Segundo: a Religião da Antiga Roma era a religião da transformação, do tempo, da ação, de um contrato entre os sujeitos que agem. Estas são as condições que a filosofia estoica e platônica jamais compreenderam e, a ação delas deformou, até os dias de hoje, a interpretação da Antiga Religião de Roma, nivelando-a aos modelos estáticos do platonismo e neoplatonismo primeiramente, e ao modelo do cristianismo depois. Retomar a tradição religiosa da Antiga Roma, de Numa, significa sair fora dos modelos cristãos, neoplatônicos e estoicos para se retomar a ideia do tempo e da transformação em um mundo que se transforma.