Mefite - a emboscada do mundo

Os Deuses na Religião Romana
A Estrada de Ouro

Claudio Simeoni
traduzido por Dante Lioi Filho

Índice da Religião Romana

 

Mefite é como Febre. Enquanto Febre é uma concentração de Energia Vital que cresce dentro do indivíduo, para ajudá-lo a superar o problema, ou para destruí-lo, destruindo o problema, Mefite é uma concentração de Energia Vital externa ao indivíduo, pronta para atacá-lo e usá-lo como objetividade para o seu próprio desenvolvimento.

Segundo os videntes romanos, existe uma objetividade de emboscada para se apropriar do Ser Humano e, assim, transformá-lo numa presa sua e se amplificar. Quando esta objetividade ataca singularmente os Seres Humanos, para o Ser Humano não existe mais fuga porque não há meios com os quais possa se defender.

Esta objetividade é individualizada naquele local onde as condições não são favoráveis à vida humana, onde as febres atacam facilmente (zonas de malária) ou onde a água sulfurosa impede a vegetação de crescer, ou ainda, junto dos cemitérios ou das latrinas.

Mefite existe em si mesma, mas já não mais produz o terror, pelo menos não com a mesma consequência como no tempo da Roma antiga. Hoje, outros centros, constituem Mefite.

Mefite mudou, se diversificou porque se diversificaram os Seres Vírus e os Seres Bactérias que são a força de Mefite.

O Ser Humano se eleva ao grau de o "possuinte" da existência. Ele se descreve à imagem e à semelhança do próprio deus, o açougueiro de Sodoma e Gomorra, se reflete como onipotente, mas o Ser Natureza apronta sistemas e métodos para limitar a intromissão do Ser Humano na própria Natureza.

Mefite é como Febre; Febre e Mefite são como o Ser Lobo: normalmente atacam e são letais, apenas para os Seres doentes ou que cultivaram caminhos autodestrutivos.

Um corpo saudável de um Ser Humano suporta bem um ataque de Febre ou de Mefite, exatamente como um Ser Cervo ou um Ser Gazela suportam bem um ataque do Ser Lobo.

Um Ser Humano que seguiu o caminho indicado pelo deus dos cristãos, habituado a se colocar de joelhos diante dos problemas da existência, suporta muito mal os ataques de Febre ou de Mefite.

Mefite é um Ser, dentro da Natureza, que tem a função de regulador do progresso para que a espécie Humana se expanda. Os Seres Humanos combatem-na geralmente com eficácia, mas Mefite se transforma e se prepara para novos e diferentes ataques. O Ser Humano está pronto para encarar esses ataques?

O único modo, para se defender de Mefite, é manter a integridade física seguindo uma vereda que conduza ao desenvolvimento da Autoconsciência junto ao caminho de Ser.

O Ser Humano deve considerar Mefite como um imperativo moral: seguir o caminho para a evolução da Autoconsciência junto à estrada do Ser ou perecer.

Mefite não é o instante em que o corpo físico cessa de existir, mas é um substituto, uma admoestação para que não seja olvidado que esse instante, em consequência de uma causa qualquer, pode acontecer: em qualquer momento.

 

Texto de 1993

Revisado no formato atual: Marghera, maio de 2018

 

Aqui você pode encontrar a versão original em italiano

A tradução foi publicada 23.11.2018

 

Il sentiero d'oro: gli Dèi romani

A vida representada por Juno na 'Piazza delle Erbe' em Verona

 

O suicídio representada por Julieta em Verona

 

A Religião Pagã exalta a vida triunfando na ocasião da morte.

 

O cristianismo exalta a morte, a dor, a crucificação e o suicídio.

 

Por isso os cristãos desesperados têm um patrão, que lhes promete a ressurreição na carne.

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Claudio Simeoni

Mecânico

Aprendiz a Bruxo (Apprendista Stregone)

Guardião do Anticristo (Guardiano dell'Anticristo)

Membro fundador

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A Religião da Antiga Roma

A Religião da Antiga Roma estava caracterizada por dois elementos fundamentais. Primeiro: era uma Religião elaborada pelo homem que habita o mundo, que é constituído por Deuses, e com estes ele mantinha relacionamentos recíprocos para interesses comuns. Segundo: a Religião da Antiga Roma era a religião da transformação, do tempo, da ação, de um contrato entre os sujeitos que agem. Estas são as condições que a filosofia estoica e platônica jamais compreenderam e, a ação delas deformou, até os dias de hoje, a interpretação da Antiga Religião de Roma, nivelando-a aos modelos estáticos do platonismo e neoplatonismo primeiramente, e ao modelo do cristianismo depois. Retomar a tradição religiosa da Antiga Roma, de Numa, significa sair fora dos modelos cristãos, neoplatônicos e estoicos para se retomar a ideia do tempo e da transformação em um mundo que se transforma.