Libitina é um imperativo moral: recorda-te que és mortal. Ao mesmo tempo, a atividade dos libitinari constitui um momento de integração dos que estão encarregados de fazer com que os Seres Humanos se recordem de que a vida física está destinada a acabar.
Libitina é a cessação da vida física, não como momento de explosão de Energia, mas como advertência severa aos Seres viventes para que não desperdicem a ocasião recebida.
"Aqui jaz aquele que guiou exércitos e humilhou povos, comercializou escravos, privou da Liberdade os Seres Humanos: agora é um amontoado de ossos e pó e a sua Consciência se dissolveu. Recorda-te!"
A vida dos Seres viventes da Natureza tem como finalidade a construção do Ser Luminoso, não a de dispersar ao vento a Energia Vital individual, e ser reduzida à apenas um amontoado de pó.
Quem pode honrar um ditame moral de tal feito?
Quem vive construindo o seu próprio corpo luminoso, é aquele que, somente ele, consignará aos libitinari os seus restos mortais individuais, e assim projetará a sua própria Autoconsciência no infinito para continuar a se transformar.
Quem pode ser grato a Libitina? Somente quem, graças às necessidades de tal ditame, ganha com o seu modo de viver: os coveiros nas cerimônias fúnebres. Recordemos como de tais cultos o cristianismo os converteu numa arte para sujeitar os Seres Humanos ao seu deus.
O terror da morte era apontado pelos padres como uma ameaça, para conseguirem as conversões das pessoas. Eles se anunciavam como os senhores do seu deus (deus único) e, como tais, senhores da morte e com o direito de decidir a sorte dos mortais depois da morte do corpo físico. São eles que elevam aos altares os seus servos mesmo quando massacram Seres Humanos pela glória do seu deus-patrão.
Por outro lado, o seu Jesus havia ressurgido, em carne e ossos, não havia se tornado um Ser eterno transformando-se em Ser Luminoso.
O terror incutido, através da exposição lúgubre de Libitina, era e é uma arma nas mãos dos padres cristãos: a única arma que possuem.
A morte do corpo físico não é trevas profundas nem constitui o medo; um Ser Humano, através do exercício da sua própria Liberdade, transforma-a em nascimento de um Ser Luminoso.
Libitina não é um ditame moral para enviar novamente os Seres Humanos rebeldes a se prostrar diante dos deus dos cristãos; Libitina é uma advertência solene aos Seres Humanos para o exercício da Liberdade individual e, consequentemente, para o desenvolvimento do Poder de Ser próprio, tornando-se eternos.
Que coloquem, se desejarem os libitinari, pedras de mármore, mas que sejam postas sobre o cadáver de um corpo físico no qual o corpo luminoso alcançou o amadurecimento, não sobre o fracasso de sonhos e esperanças que são tão ternas aos cristãos como exaltação ao seu deus próprio.
Voltemos o pensamento a Libitina e recordemos quantos dias, quantas horas e quantos segundos temos ainda para exercermos a nossa Liberdade, e assim construirmos o nosso Pode de Ser.
Depois, é muito tarde!
Texto de 1993
Revisão no formato atual; Marghera, março de 2018
Aqui você pode encontrar a versão original em italiano
A tradução foi publicada 19.10.2018
Il sentiero d'oro: gli Dèi romani |
A vida representada por Juno na 'Piazza delle Erbe' em Verona
O suicídio representada por Julieta em Verona
A Religião Pagã exalta a vida triunfando na ocasião da morte.
O cristianismo exalta a morte, a dor, a crucificação e o suicídio.
Por isso os cristãos desesperados têm um patrão, que lhes promete a ressurreição na carne. |
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Claudio Simeoni Mecânico Aprendiz a Bruxo (Apprendista Stregone) Guardião do Anticristo (Guardiano dell'Anticristo) Membro fundador da Federação Pagã Piaz.le Parmesan, 8 30175 - Marghera - Veneza Tel. 3277862784 Tel. 3277862784 e-mail: claudiosimeoni@libero.it |
A Religião da Antiga Roma estava caracterizada por dois elementos fundamentais. Primeiro: era uma Religião elaborada pelo homem que habita o mundo, que é constituído por Deuses, e com estes ele mantinha relacionamentos recíprocos para interesses comuns. Segundo: a Religião da Antiga Roma era a religião da transformação, do tempo, da ação, de um contrato entre os sujeitos que agem. Estas são as condições que a filosofia estoica e platônica jamais compreenderam e, a ação delas deformou, até os dias de hoje, a interpretação da Antiga Religião de Roma, nivelando-a aos modelos estáticos do platonismo e neoplatonismo primeiramente, e ao modelo do cristianismo depois. Retomar a tradição religiosa da Antiga Roma, de Numa, significa sair fora dos modelos cristãos, neoplatônicos e estoicos para se retomar a ideia do tempo e da transformação em um mundo que se transforma.