O que é Justiça?
Justiça é equilíbrio entre necessidades diferentes dos Seres da Natureza, tanto na própria espécie como entre as espécies diversas. O equilíbrio construído no decorrer da adaptação dos Seres Humanos entre eles, e entre os Seres Humanos e o que lhes é confinante, é Justiça. Justiça é equilíbrio entre Poder de Ser em que a relação, modificação, contradição, desagregação e reintegração, é o equilíbrio constituído que é funcional tanto aos Seres singulares quanto à Natureza.
Justiça se refere sempre e tão-somente ao Poder de Ser de cada sujeito em particular, de cada espécie exclusiva, dentro das dinâmicas exclusivas do Poder de Ser da Natureza, como um complexo propenso a uma transformação contínua.
O hebraísmo e o cristianismo, submetem o homem e a Natureza ao seu Deus, e assim, têm estuprado Justiça transformando-a num direito do seu Deus e, extensivamente, como sendo um direito de cada "proprietário" na sociedade, modificando-a num instrumento com o qual possam tornar legítima a sua posse: o Poder de Possuir. O poder de possuir indivíduos da própria espécie, usando-os para escopos particulares.
A relação entre Poderes de Ser é sempre apropriada ao avanço dos poderes que interagem entre eles. A solução das contradições vivenciadas pelos Seres da Natureza levam à desagregação sistemática da realidade experimentada pelos sujeitos para reintegrá-la em uma Consciência diversa e um discernimento diferente, seja dos sujeitos, que participam na solução da contradição, seja das condições do conjunto nas quais outros sujeitos possam fazer com que germine a sua Consciência.
Justiça reina soberana na Idade do Ouro quando Jano e Saturno percorriam a Terra. Assim, o caçador se nutre da caça, não se apropria dele colocando-o dentro de uma gaiola. O Ser Carnívoro se nutre do Ser Herbívoro, não se apodera dele para usá-lo de passatempo. Os Seres Grama e os Seres Vegetais crescem absorvendo os sais e a vida contidos na Terra, mas não saqueiam o planeta, agradecem-no restituindo à Terra a sua estrutura física que lhe é exclusiva.
Quirino constrói as cidades e Silvano tenta recuperar o que lhe foi subtraído. A água da nascente forma um Ser, mas este, distante de debilitar o Ser Natureza ou o Ser Terra, cresce enriquecendo-os.
Justiça é equilíbrio entre Poderes de Ser.
Por quê Justiça foge dos crimes graves dos Seres Humanos?
Quais o delitos graves cometidos pelos Seres Humanos?
Com que esta Espécie desonrou-se para fazer Justiça fugir?
O Ser Humano saqueou o planeta onde vive? Esta é uma característica sua! Uma relação entre os Seres Humanos e o Planeta em avaliação e na espera, ao que se refere aos desenvolvimentos do Planeta Terra, que tira benefício da "depredação" levada a efeito pelas ações humanas.
O que fez Justiça fugir? A Espécie Humana construiu o Poder de Possuir.
Ela construiu um sistema de vida e de organização social cujo fim não é a satisfação das necessidades próprias através da relação com o meio ao seu redor, mas é a satisfação das suas necessidades particulares através da posse e da submissão dos Seres da sua própria espécie.
Justiça não pode estar em equilíbrio entre Poderes de Possuir e outros Poderes de Possuir: a relação entre ambos é apoderamento que conduz a danos, um em relação ao outro.
Justiça não pode estar em equilíbrio entre Poder de Possuir e Poder de Ser; o Poder de Possuir deve necessariamente destruir o Poder de Ser, seja nos "proprietários" seja nos "escravos".
Justiça não pode ser equilíbrio entre "patrão" e "escravo"; um e outro são iguais diante de Justiça, o relacionamento entre "escravo" e "proprietário" sucede somente destruindo a própria espécie e, ao mesmo tempo, depredando o planeta.
Justiça, portanto, desaparece. Resta a vaga recordação de um tempo do Ouro, quando os homens se relacionavam enquanto homens e não como possuidores de escravos. Justiça veio a ser substituída por um demônio negro: Ética. Um demônio que tem a tarefa de constranger os Seres Humanos a adequar-se às regras de um sujeito, que pretende que os Seres Humanos obedeçam. A Ética como um instrumento de submissão dos Seres Humanos, socialmente mais fracos, a um patrão exclusivo com Moral em vigilância armada da psique das pessoas. Moral como expressão da Ética; a Ética a serviço da destruição do Ser Humano: este é o delito que colocou Justiça em fuga.
Como relacionar-se com Justiça?
Reivindicando-a.
Justiça abandonou a Terra dos Seres Humanos para ocultar-se na utopia da razão. Os Seres Humanos podem reivindicar Justiça em relação à alguma coisa, ou outra específica, impondo ao Poder de Possuir a renúncia de uma ou outra parte da Ética.
Para reivindicar Justiça os Seres Humanos rejeitam qualquer aspecto da Ética imposta e, agindo assim, elevam os olhos em direção ao céu infinito do Conhecimento e do Discernimento. Os Seres Humanos, recordam a Idade do Ouro, quando o ouro não era dinheiro ou riqueza material, mas era a sua capacidade de afrontar as condições da sua vida e, deste modo, se robusteciam para enfrentar o futuro.
Justiça se esquiva do controle do Poder de Possuir para não ser manipulada.
Esquivar-se da manipulação de quem possui é uma característica da utopia humana para atrair, através dela, os Seres Humanos. Levá-los a desejar e a sonhar com um presente diverso. Justiça atua governando a fúria de Belona enquanto cresce dentro do Ser Humano oprimido, incitando-o a rebelar-se contra um presente opressivo e, deste jeito, granjear a satisfação das suas necessidades.
"Por quê invocas Justiça?" indaga, horrorizado, o Poder de Possuir. "Sê espertalhão, surrupia, arranja-te, etc. Pedir por Justiça é Utopia, convence-te do meu Poder, galga os degraus da carreira econômica e política que eu te ofereço, desfrute do prazer oriundo da apropriação do trabalho de mãos alheias; começa a usar Seres Humanos para satisfazer tuas necessidades; sê o primeiro a ostentar o teu rendimento particular!"
"Certamente" responde Justiça. "Renuncia em usar as tuas mãos para a satisfação das tuas necessidades; renuncia escutar as Inquietações Humanas; renuncia em ter trabalho de esforçar-te para atingir o céu do Conhecimento e do Discernimento; renuncia em abrir as asas da percepção; assim, quando a Energia Vital vier a se transformar em Energia de Morte, talvez conseguiste adquirir um automóvel caro, ter obtido o comércio da tua vida, para que o teu coração continue a bombar sangue e o teu pensamento a construir uma ilusão da vida. Mas os teus olhos estarão a contemplar a frivolidade, as tuas mãos atrofiadas e as esperanças para a eternidade terão se dissipado. Além do mais, quando escalas a pirâmide social, não te detenhas a contemplar quantos foram os Seres Humanos superados, espezinhados, violentados, estuprados, contempla aquilo que fazes e pergunta-te se a tua recompensa é equivalente ao teu empenho."
Justiça é silente aos chamamentos; Justiça alimenta somente aquele que a reivindica diante do Poder de Possuir, como um direito da Espécie Humana liberando a sua própria ação no mundo para construir o Poder de Ser.
Texto de 1993
Revisão no formato atual; Marghera, janeiro de 2018
Aqui você pode encontrar a versão original em italiano
A tradução foi publicada 16.09.2018
Il sentiero d'oro: gli Dèi romani |
A vida representada por Juno na 'Piazza delle Erbe' em Verona
O suicídio representada por Julieta em Verona
A Religião Pagã exalta a vida triunfando na ocasião da morte.
O cristianismo exalta a morte, a dor, a crucificação e o suicídio.
Por isso os cristãos desesperados têm um patrão, que lhes promete a ressurreição na carne. |
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Claudio Simeoni Mecânico Aprendiz a Bruxo (Apprendista Stregone) Guardião do Anticristo (Guardiano dell'Anticristo) Membro fundador da Federação Pagã Piaz.le Parmesan, 8 30175 - Marghera - Veneza Tel. 3277862784 Tel. 3277862784 e-mail: claudiosimeoni@libero.it |
A Religião da Antiga Roma estava caracterizada por dois elementos fundamentais. Primeiro: era uma Religião elaborada pelo homem que habita o mundo, que é constituído por Deuses, e com estes ele mantinha relacionamentos recíprocos para interesses comuns. Segundo: a Religião da Antiga Roma era a religião da transformação, do tempo, da ação, de um contrato entre os sujeitos que agem. Estas são as condições que a filosofia estoica e platônica jamais compreenderam e, a ação delas deformou, até os dias de hoje, a interpretação da Antiga Religião de Roma, nivelando-a aos modelos estáticos do platonismo e neoplatonismo primeiramente, e ao modelo do cristianismo depois. Retomar a tradição religiosa da Antiga Roma, de Numa, significa sair fora dos modelos cristãos, neoplatônicos e estoicos para se retomar a ideia do tempo e da transformação em um mundo que se transforma.