DESAGREGAÇÃO
O VIR A SER DO INDIVÍDUO NA
MISTURA DO BRUXO

Claudio Simeoni
traduzido por Dante Lioi Filho

 

Cod. ISBN 9788893329187

Indice psicologia e crogiolo dello Stregone

 

Desagregação como ideia

 

O percurso do vir a ser, transformação e adaptação da vida física e emotiva, é um processo contínuo de desagregação de um presente e de reintegração do sujeito em um presente novo e diferente.

O sujeito, o sujeito individual, o sujeito característico, prossegue em contínuas desagregações de um presente vivido no qual se empenhou para reintegrar-se em um presente sucessivo, e assim assimilando cada experiência que cessa de pertencer ao âmbito da memória para tornar-se parte da transformação psico-física pessoal.

Em resumo, nós não vivemos em um crescimento "linear", mas em uma demolição contínua do que somos.

O processo de desagregação da consciência é o processo em execução no momento do sono. O sono suspende a consciência que se desagrega purificando-se da sobrecarga de experiência, da "duplicata" em que são envolvidas as emoções e, portanto, preparando-se para uma reintegração. A desagregação é vivida cada vez que um sujeito age. A sua vontade de ação abandona um presente estático, modifica o sujeito que age e se associa a um presente diferente que, embora não negando o presente precedente, não é o presente precedente, porquê a experiência nova não representa uma soma, uma adição, mas uma reestruturação do presente precedente vivido, que inclui a experiência.

Do mesmo modo isto é verídico tanto para o corpo físico como para a estrutura emotiva dos indivíduos.

Um corpo físico não é somente crescimento, da idade fetal à idade adulta, mas é um contínuo desagregar-se de um mecanismo de células, de uma estrutura de bactérias, de colônias de vírus, dentro do corpo, que incessantemente se refazem e se reintegram em um corpo diferente daquele mesmo indivíduo.

A mesma dissertação é verídica para a estrutura emotiva. A estrutura emotiva passa de desagregação em desagregação para se recompor com o surgimento de cada emoção e, uma vez que se restaurou, o indivíduo não é mais o que era antes, mas é um indivíduo diverso.

Cada nova ação e cada nova emoção modifica o conjunto do indivíduo, que então deve adaptar-se àquela nova condição.

Uma doença igual, seja física seja mental, é um ulterior método de desagregação de um corpo que vive no presente e que após a desagregação avança em direção a uma reintegração que, embora não representando, formalmente, um corpo diverso, de fato, é um outro corpo, um outro indivíduo e uma outra consciência.

Lograr pensar acerca da vida como um processo ininterrupto de desagregação e de reintegração após cada ação, após cada pensamento, cada emoção, nos leva a viver a desagregação como um ato de vontade no qual o sujeito estabelece os elementos, as condições e a qualidade do desagregar-se, do seu próprio presente, colocando as bases para a reintegração sucessiva.

Não é importante a qualidade e a quantidade subjetiva da desagregação. Não é importante se envolve o corpo inteiro do indivíduo ou uma fração mínima seja física, seja psicológica ou seja emotiva do indivíduo. O importante é a vontade com a qual o sujeito governa a desagregação, mediante uma busca perene de um envolvimento subjetivo dentro das condições do mundo.

Se eu fui induzido, na minha infância, a pensar que o deus dos cristãos é "bom" e descubro que ele é o "açougueiro de Sodoma e Gomorra", então até que a ideia imposta do deus bom não se desagregue, o conhecimento de que o deus dos cristãos é o "açougueiro de Sodoma e Gomorra" não repercute nas minhas emoções, não se transforma em uma ideia por intermédio da qual eu possa agir no mundo, e estarei sempre a buscar justificações para continuar com o pensamento do deus "bom", apesar de que, racionalmente, sempre saberei que ele é o "assassino de Sodoma e Gomorra".

O mesmo é válido. também. para quem pratica atividade física e decide correr. Se o indivíduo se exercita, se prepara, existe um processo de desagregação da estrutura física precedente e a sua substituição progressiva por uma nova e diferente estrutura física, que o torna mais adequado ao seu ato de vontade que foi colocado em execução.

Da mesma forma para a estrutura psíquica, ou para as condições que conduzem ao surgimento da emoção. Há um processo de desagregação de um estado de ser precedente, que requer uma restauração em um plano diferente, que seja capaz de subjetivar todas as experiências novas e todas as novas exigências que se apresentam.

A característica doença mental, independentemente da implicação dela na estrutura psíquica do indivíduo, constitui uma condição para a desagregação da realidade do mundo, que o indivíduo está vivendo, e uma nova organização, uma reintegração, por meio de elementos da percepção que constroem uma realidade subjetiva separada da realidade objetiva comumente percebida.

Em síntese, este modo de formação da consciência e do discernimento, que não é a descrição verbal do mundo, é sim a transformação subjetiva do indivíduo no mundo. Este é o significado da Mistura do Bruxo, do Cadinho do Bruxo (Crogiolo dello Stregone).

Por esse motivo, o segredo da Mistura do Bruxo não está nas técnicas por meio das quais um indivíduo pratica a Bruxaria (Stregoneria), mas o segredo está na vontade e no investimento emotivo que o indivíduo coloca em ação ao usar essas técnicas.

Lusiana, 02 de julho de 2017

 

A tradução foi publicada 03 de julho de 2017

Aqui você pode encontrar a versão original em italiano

 

Transformar a morte do corpo físico em nascimento do corpo luminoso.

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Claudio Simeoni

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A magia em stregoneria

A magia é a arte de modificar e transformar a si mesmo em um mundo onde os sujeitos se modificam continuadamente, para se adaptarem às condições das suas existências. Apenas os monoteístas depredam o mundo para tentarem adaptá-lo as seus modelos de verdade. O Bruxo (Stregone) habita o mundo, e coloca em execução ações de adaptação subjetiva fazendo uso de todos os instrumentos que a evolução da sua espécie, desde quando ela estava no caldo primordial, colocou-os á sua disposição.