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O mito de Tântalo, em suas variações, é interessante em Apolodoro, um mito distante, e a figura é usada por ele na Síntese 2, aonde é dito:
"A punição de Tântalo, no Tártaro, consiste nisto: está imerso na água, em um charco e sobre este uma rocha de pedras, enquanto Tântalo vê ao seu redor árvores repletas de frutos que crescem nas bordas do pântano; a água toca o seu queixo e no entanto quando ele tenta bebê-la ela seca, quanto Tântalo tenta agarrar os frutos das árvores os sopros do vento levam ao alto os ramos das árvores, até as nuvens, e, deste modo, Tântalo não pode se alimentar.
Segundo dizem alguns, Tântalo é assim punido porque revelou aos Seres Humanos os mistérios dos DEUSES e ainda porque doou a ambrósia aos seus companheiros"
O conto está avançado no tempo, mas é interessante parar um pouco para pensar sobre ele, para se pensar na relação necessidade-desejo.
Tântalo vem a ser perseguido, nas suas necessidades, porque revelou aquilo que satisfaz as necessidades dos Seres Humanos, os segredos dos DEUSES. Tântalo é castigado, nesse conto de Apolodoro, porque deu aos seus companheiros a estratégia para que se transformassem em Deuses.
Os DEUSES têm os seus segredos e cabe aos homens tomá-los.
Os segredos estão em volta deles, e assim mesmo, estão sedentos e famintos em suas necessidades. Acontece que, quando estendem as mãos, e tentam agarrá-los, a satisfação dessas necessidades e desses desejos se afasta.
Os segredos dos DEUSES está ao nosso redor, como a água e os frutos dos ramos das árvores, mas cada vez que tentamos agarrá-los eles se afastam de nós...
Os Seres Humanos estão imersos num pântano, no pàntano da razão, e a massa de rocha é o corpo físico e a consequente morte deste.
Enquanto a intuição faz com que eles enxerguem a água que lhes toca o queixo e os frutos do conhecimento, ao alcance das suas mãos, quando estendem as mãos da razão esses frutos se afastam em uma distância infinita.
O conto de Tântalo é um conto de "mistério". Enquanto quem o escuta e se compadece, ou sofre, pelo que Tântalo tem sofrido, quem pratica Stregoneria se torna Tântalo.
Nos seus esforços de Tântalo, quem exercita a Stregoneria enxerga os seus esforços para agarrar o conhecimento e manifestar o deus que cresce dentro dele. E isto porque o conhecimento da Stregoneria não tem FORMA. O saber da Stregoneria é desvendar o desconhecido, enquanto o deus cresce dentro do Ser Humano e inicia a perceber o mundo com os seus sentidos.
Daqui o segredo da Stregoneria na qual a compreensão do mundo não é dada pela forma ou pela descrição, mas é compreendida e percebida pelo deus que cresce dentro de cada Ser da Natureza. E assim, comer Ambrósia e beber Nectar significa alimentar o deus dentro da forma, enquanto a forma enfrenta com paixão e dedicação a sua existência.
É muito difícil de fazer compreender a quem pretende praticar a Stregoneria e encontrar os DEUSES, de como é imenso o desconhecido que nos circunda, e quanto é tão pouco o que dele percebemos. Tornar-se consciente que nós, como indivíduos singulares da Natureza, estamos na realidade em uma MISTURA DE DEUSES (CROGIOLO DI DÉI). Um misto de DEUSES que a história da evolução, não somente do Ser Natureza, no seu conjunto, mas nós mesmos como indivíduos singulares da nossa espécie, que sedimentou, amalgamou, fundiu e colocou em funcionamento o nosso desenvolvimento. Para isto, os DEUSES construíram as condições para que NÓS, entendidos como EGO, como a capacidade de reconhecermos a NÓS MESMOS, tivéssemos pela nossa vez a possibilidade de separarmos o nosso SER DEUS da manifestação da atividade deles para o crescimento, que se manifesta por meio da nossa existência.
Essa é a coisa mais difícil de ser compreendida por um monoteísta. E pelo termo compreender, não tenciono dizer no sentido de "captar racionalmente o conceito", mas absorve-lo e colocá-lo como um elemento a priori no nosso pensamento, e fonte da qual brotam as nossas ações e as nossas escolhas na existência!
Cada uma das nossas células é um deus!
Cada Ser (pensem na flora bacteriana) que vive dentro de nós é um DEUS.
Cada relacionamento que existe entre a estrutura celular é um DEUS.
Cada relação que existe internamente a nós, é um DEUS.
Cada estrutura fisiológica nossa, é um DEUS.
Cada paixão nossa é um DEUS.
Cada necessidade nossa é um DEUS.
Cada escolha nossa é ação de um DEUS.
Cada vez que nos exprimimos, a nós mesmos, por meio de qualquer desejo ou de qualquer paixão, manifestamos um DEUS dentro de nós.
Aquele DEUS que nós manifestamos, constitui uma infinitésima parte de um DEUS que age na objetividade em que vivemos, e ele pela sua vez manifesta uma multidão de DEUSES. Para fazer-me entender quero me ater ao simples esquema: NÓS SOMOS EXPRESSÃO DE UMA MISTURA DE DEUSES (original: CROGIOLO DI DÉI) QUE TÊM UMA REPRESENTAÇÃO DELES (NOUS, INTENTOS, NECESSIDADES E PROJETO) NA OBJETIVIDADE NA QUAL NASCEMOS E NOS EXPRIMIMOS,
Cada vez que praticamos uma ação nós manifestamos um DEUS. Manifestamos determinado DEUS partindo de nós, e aquela nossa ação chama aquele mesmo DEUS na objetividade, solicitando-lhe para que se manifeste ao nosso lado e reforce a nossa ação.
Cada vez que manifestamos uma paixão ou um querer, estamos manifestando aquele DEUS correspondente. Manifestamos esse DEUS partindo de nós, e aquela paixão, aquele querer, se manifesta através das nossas ações, que chamam aquele DEUS na objetividade para que nutra com energia a nossa ação para a finalidade que lhe damos.
O que diferencia um homem ou uma mulher qualquer de um Aprendiz a Stregone ou de uma Aprendiz a Strega, é o conhecimento e o Intento que eles colocam nas ações deles. Ao colocarem Conhecimento e Intento eles dão às suas ações uma direção; uma intensidade e uma estratégia que, enquanto no homem e na mulher comuns, constitui uma adaptação "casual" ou "educacional" à objetividade em que vivem, já no Aprendiz a Stregone se torna uma manifestação da própria vontade através das suas escolhas das quais ele é responsável.
E cada mulher e cada homem que vive apaixonadamente, goste ou não, é um Aprendiz a Stregone ou uma Aprendiz a Strega.
Como cada Ser Humano é responsável não apenas em relação a ele mesmo, e pelas escolhas que faz, mas é responsável também pelas adaptações que as suas escolhas produzem na objetividade em que vive: fazendo isto o Aprendiz a Stregone modifica a ele mesmo. Só que esse 'ele mesmo' não constitui um 'ele mesmo asséptico, mas é uma MISTURA DE DEUSES (original em italiano: CROGIOLO DI DÈI) que vêm potencializada e revitalizada pela ação que o Aprendiz a Stregone pratica. Nesse ponto, os DEUSES devem socorrer em auxílio, porque o que vem a ser modificado não é somente o indivíduo que age, mas seja mesmo que em pequena parte, eles mesmos, que na construção do indivíduo agiram e agem.
Por isso, o Ser Humano chama os DEUSES através das suas ações. É através das suas ações que o Ser Humano acorrenta os DEUSES para perseguir o seu intento. E é perseguindo o seu intento que o Ser Humano se transforma e alcança os DEUSES, obrigando-os a ajudarem-no na sua atividade. Isto, no fundo, é o sentido do excerto dos Oráculos dos Caldeus, que diz: "Por qual motivo do éter que sempre flui, tu me evocaste, a deusa HEKATE, assim, com constrangimento que dominam os DEUSES?" (EUSEBIUS)
Da MISTURA DOS DEUSES (CROGIOLO DI DÈI) que somos, separamos o nosso tornar-se um DEUS, por meio da nossa vontade; a FOICE DENTADA QUE GAIA CONSTRUIU PARA OS SEUS FILHOS, e que a oferece a quem, entre os seus filhos, deseja usá-la. Acredito que esta é a coisa mais difícil de se fazer compreender, a quem quer que seja, que tenha sido educado dentro de um sistema educacional monoteísta. Porém, não perco as esperanças de que mais cedo ou mais tarde, consiga compreender e a colocar este conceito na base do seu pensamento próprio, e torna-lo construtivo no que se refere ao desenvolvimento das suas ações.
Também porque há o passo sucessivo: a ação do Deus, que cresce dentro de nós e que age sobre a nossa razão com o objetivo de obrigá-la a agir de maneira mais favorável possível diante do mundo.
A intuição, que surge e que se impõe ao conservadorismo tradicionalista com o qual a razão enxerga o mundo.
O deus que cresce dentro de nós começa a ocupar cada lugar tortuoso da nossa ação, das nossas emoções, do nosso modo de perceber e sentir o mundo. O deus que cresce dentro de nós, percebe o mundo de maneira diferente de como o percebe a razão.
A razão está separada do mundo, de cada uma das outras razões; o deus que cresce dentro do indivíduo funde o próprio sentir com o sentir dos Deuses, que crescem dentro de cada Ser da Natureza, e as emoções de cada DEUS que constitui a mistura (crogiolo) de onde ele nasceu e construiu as suas estratégias de existência.
Marghera, 08 gennaio 2007--------
A tradução foi publicada 21 de abril 2015
Aqui você pode encontrar a versão original em italiano
Claudio Simeoni Mecânico Aprendiz Stregone Guardião do Anticristo Membro fundador da Federação Pagã Piaz.le Parmesan, 8 30175 - Marghera - Venezia - Italy Tel. 3277862784 e-mail: claudiosimeoni@libero.it |
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Os Hinos Órficos representam uma das últimas formas de devoção antes da chegada do domínio absoluto do cristianismo. Estes Hinos Órficos eram muito amados pelo Neoplatônico Damascio, o último postulante da Academia de Atenas. Quando o terror cristão fechou a Academia, Damascio fugiu para a Pérsia.