Vesta - O fogo perene

Os Deuses na Religião Romana
A Estrada de Ouro

Claudio Simeoni
traduzido por Dante Lioi Filho

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Vesta é o fogo que gera e conserva o presente.

O fogo é uma consciência que executa ações direcionadas ao presente vivido. Vesta é o presente que se alimenta do fogo. Um presente parado, estático, que vive as transformações no fogo e do fogo. Somente o fogo modifica a si mesmo, o mundo em volta do fogo não se modifica. Vesta é a consciência do fogo que arde em um presente perene, que deve ser preservado das tentações de mencionar um passado do qual este presente germinou.

O fogo de Vesta mostra uma só direção: o futuro no qual e para o qual arde.

O fogo que transforma produzindo bens, coisas e vida para o presente indicado por Vesta.

O fogo dentro da Terra gera a Natureza; o fogo dentro da mulher gera filhos; o fogo na fornalha fornece alimento; o fogo aquece regenerando os membros. É Vesta a guardiã do presente.

O fogo não pede muito; coisas que de um outro modo não "serviriam" precisamente, como o Ser Asno, que como retribuição pelos seus serviços nada obtém, a não ser água e grama que a ele pertencem como um direito pelo só fato dele existir. O Ser Asno alimentava o presente vivido diferentemente do cavalo que indicava um intento a ser atingido. Por este motivo o Ser Asno era o animal sacrossanto a Vesta.

O fogo é segurança; só pelo fato de queimar lá onde o Ser Humano é capaz de controlar-lhe a expansão, expulsa o desespero. Enquanto o fogo ainda queima nas fornalhas tudo indica que a cidade está viva, e a atenção dos Seres Humanos daquela cidade não está adormecida: alguém coloca sobre o fogo alguma coisa para cozinhar, alguém aquece os seus ossos, alguém faz amor. O presente é preservado através da chama dedicada à Vesta que, como o fogo, é a esperança do presente vivente.

O fogo dentro da terra é a esperança de renascimento da Natureza durante o inverno. O fogo que está dentro do homem e da mulher, ambos constituem a esperança, pois garantem o futuro da cidade. O fogo na lareira retrata a esperança do alimento. O fogo no templo revela o símbolo da unidade e da potência da cidade. O fogo reproduz!

Neste momento o fogo arde nas nossas lareiras, mas se é para nos servir, então podemos eliminar a sua proteção para transformá-lo em um fogo destruidor. Transformá-lo de Vesta em Vulcano. Agora o fogo queima nas nossas lareiras, mas se for de nossa conveniência podemos apagá-lo e deixarmos que o gelo revista estas terras.

O fogo é alimentado por quem com o fogo não deve destruir, simbolizando o vir a ser da cidade. Quiçá o motivo do Poder de Possuir é o de dever sempre forçar Seres a não satisfazerem os seus desejos particulares, com o objetivo de celebrar a ele mesmo. As Vestais, que se dedicavam a manterem o fogo sagrado, deviam viver o relacionamento com o fogo, porquê do fogo sacro nascia a salvaguarda para a cidade. Quando o fogo da casa se apagava, em tal caso caminhava-se ao templo de Vesta para obter-se a chama do mesmo modo como caminhava-se à fonte para obter-se água.

Vesta é a essência da segurança dos Seres Humanos no momento presente. Não a segurança surgida da proteção, mas a segurança de quem olha sereno as contradições da existência.

Vesta é o fogo controlado como o fogo equivalente na lareira; Vesta é o fogo no coração dos Seres Humanos e de todos os Seres com Autoconsciência. Um fogo calmo e doce mas que, diante de certas condições, transforma-se no furor da determinação.

Vesta é a calma dos Seres enquanto apreciam os opostos da existência extraindo alimento e força do próprio Poder de Ser.

E os cristãos tiveram de apagar aquele fogo, simbolo do hoje, do presente, de Roma, para poderem colocar de joelhos os Seres Humanos e, assim, preconizando o frio intenso, a frieza do desespero dentro do coração e no próprio presente deles.

Alimentar o fogo de Vesta era alimentar a segurança do presente; apagar o fogo de Vesta significou extinguir a segurança na atualidade dentro do coração dos Seres Humanos.

Um dia, talvez, serão reativados os fogos de Vesta e os Seres Asnos retornarão a serem adornados, também neste momento já deveriam ser libertados da sujeição e da escravidão. Se não for reanimado o fogo da segurança em si mesmo e por si dos Seres Humanos, remanesce apenas a lenha e algum Ser Humano em busca do Conhecimento que queima, em vez de alimentar-se a segurança que é Vesta.

O fogo de Vesta é a verdade que se manifesta no vir a ser dos Seres.

Vesta é a Senhora do presente. Não te indica um futuro, mas te impede o retorno ao passado.

Quando o Fogo Perene de Vesta foi extinto em Roma, também o futuro da cidade de Roma foi extinto. Os romanos perderam a coragem no presente deles. Tornaram-se escravos de um deus-patrão. A esse deus-patrão eles sacrificaram os seus filhos. O fogo de Vesta havia sido apagado e a esse fogo o presente não mais podia alcançar.

Texto 1993

Ajuste atual: Marghera, 15 de fevereiro de 2015

 

Aqui você pode encontrar a versão original em italiano

A tradução foi publicada 30 de novembro de 2016

Il sentiero d'oro: gli Dèi romani

A vida representada por Juno na 'Piazza delle Erbe' em Verona

 

O suicídio representada por Julieta em Verona

 

A Religião Pagã exalta a vida triunfando na ocasião da morte.

 

O cristianismo exalta a morte, a dor, a crucificação e o suicídio.

 

Por isso os cristãos desesperados têm um patrão, que lhes promete a ressurreição na carne.

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Claudio Simeoni

Mecânico

Aprendiz a Bruxo (Apprendista Stregone)

Guardião do Anticristo (Guardiano dell'Anticristo)

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A Religião da Antiga Roma

A Religião da Antiga Roma estava caracterizada por dois elementos fundamentais. Primeiro: era uma Religião elaborada pelo homem que habita o mundo, que é constituído por Deuses, e com estes ele mantinha relacionamentos recíprocos para interesses comuns. Segundo: a Religião da Antiga Roma era a religião da transformação, do tempo, da ação, de um contrato entre os sujeitos que agem. Estas são as condições que a filosofia estoica e platônica jamais compreenderam e, a ação delas deformou, até os dias de hoje, a interpretação da Antiga Religião de Roma, nivelando-a aos modelos estáticos do platonismo e neoplatonismo primeiramente, e ao modelo do cristianismo depois. Retomar a tradição religiosa da Antiga Roma, de Numa, significa sair fora dos modelos cristãos, neoplatônicos e estoicos para se retomar a ideia do tempo e da transformação em um mundo que se transforma.