Hefesto
na Teogonia de Hesíodo

A Religião Pagã fala da realidade dos Deuses

Claudio Simeoni
traduzido por Dante Lioi Filho

De: CLAUDIO SIMEONI em seu LIVRO: * A ESTIRPE DOS TITÃS *

A Religião Pagã e a Teogonia de Hesíodo

 

Hefesto

O que faz com que Hera se irrite??

O nascimento de Atena!

Hesíodo escreve na Teogonia traduzida por Romagnoli:

- Hera depois gerou Hefesto, que nem foi obra por amor;
e disto foi desaprovada, com grande furor, pelo esposo
por aquele que foi o mais hábil no uso das artes, entre os Urânios. -

Teogonia, Hesíodo 927 - 929

Atena é a capacidade dos Seres da Natureza, Seres Humanos no nosso caso, para usar e manipular o grande filho de Hera, Ares, a desavença. Reverter em favor próprio a desavença através da prática da Armadilha: Atena. A Arte da Armadilha que Zeus gerou da sua cabeça por ter engolido Métis e da arte da armadilha, para programar o futuro da Natureza, Zeus é "o mais valente". Zeus doa a Arte da Armadilha aos Seres da Natureza permitindo-lhes bater às portas do Olimpo.

Os Seres da Natureza, cada Ser da Natureza, constitui o corpo de Hera. A relação que nasce entre Hera e o seu corpo é uma relação dialética de mútua inferência: os sujeitos que constituem o corpo de Hera condicionam as escolhas estratégicas de Hera; as escolhas estratégicas de Hera, através da manipulação das condições objetivas, manipulam a transformação dos sujeitos individuais das espécies específicas que constituem o seu corpo.

A inteligência para planejar é construída pelas espécies individuais de Hera (difundindo a Atena de dentro delas) e permite às espécies particulares superar a sedimentação da própria Autoconsciência de Hera. A inteligência para planejar é a arma vencedora, na construção do deus que desponta nos Seres singulares da Natureza, no momento em que é alimentado por meio da cultura. As espécies fornecem a elas mesmas os instrumentos genéticos através dos quais superar a sedimentação em Hera. Com esses instrumentos sedimentam a cultura nos novos que nascem fazendo-a tornar-se um patrimônio da espécie. E eis Hera irada, a manifestar a sua raiva e dor, pelo nascimento de Atena. Tu és o causador, Zeus, deverias agir precisamente para impedir-me de sedimentar na minha consciência os que germinam na Natureza?

E então, sem unir-se em amor com ninguém, Hera gera Hefesto.

Hefesto, o destruidor.

Hefesto o artífice da destruição.

Hefesto que com a sua fúria devastadora obriga os Seres da Natureza a repensarem e a reconsiderarem os seus planejamentos da própria existência. Hefesto é também um condutor aos novos equilíbrios, às novas harmonias. Quando uma espécie da Natureza é muito sufocante, em algumas vezes, não com frequência, Rea expulsa algumas espécies e obriga as outras espécies, filhas de Hera, a reiniciarem o caminho específico da evolução.

Hefesto é ilustre.

Hefesto é o construtor do futuro; a forja na qual novas Autoconsciências ganham vida com a modificação, repentina, da objetividade aonde germinam. Que seja a grande Atena a conduzir os Seres da Natureza ao infinito das transformações deles, mas que seja Hefesto, que protege Hera, aquele que permite que os Seres, em cada caso, possam sedimentar, continuamente, sempre, novas Autoconsciências e assim se expandirem nas mutações infinitas.

Existe um Hefesto dentro de cada espécie dos Seres da Natureza.

Hefesto é identificado com o vulcão em erupção, mas existem vulcões emotivos e vulcões de ação, do mesmo modo destruidores, capazes de obrigarem a vida a recomeçar novamente sob vários aspectos.

Existe um Hefesto que perturba, desordena a vida dos Seres da Natureza, e existe um Hefesto que desarranja, expelindo fora, a vida dos Seres Humanos. Quando o caminho para o desenvolvimento das espécies dos Seres da Natureza desemboca em veredas estranhas que, colocam em perigo a Natureza, Hefesto expele e Ares invade a cena da vida dos Seres Humanos. No passado invadiu como uma forma de uma peste, na forma de uma invasão de homens ou de gafanhotos, ou na forma de um asteroide que cai. Quando os Seres Humanos esquecem da inteligência para planejar e com a qual enfrentar a vida e consequentemente fundarem o futuro deles, então Hefesto expele na espécie a sua lava destruidora. Os caminhos da evolução são interrompidos, as civilizações são bloqueadas e os Seres Humanos são obrigados a forjarem novos percursos nos quais construírem novo vir a ser. Eles devem construir uma nova inteligência para planejarem, uma nova Atena, devem exprimir Afrodite de modo diferente. A velha Atena sucumbe juntamente com aqueles Seres Humanos naquela situação aonde foi destruída. A velha Afrodite cai sob os golpes de Hefesto, e os Seres Humanos são constrangidos a construírem uma Afrodite nova, uma Atena nova, ambas, que embora sendo a velha Afrodite e a velha Atena são totalmente novas, quase que nascidas novamente saem da imersão no magma com o qual Hefesto cobriu-as.

Hefesto está para a Natureza assim como Tifão está para o universo. A diferença entre Hefesto e Tifão é que Hefesto é o produto da razão enquanto Tifão é gerador do movimento da matéria e responde somente à inteligência emotiva, a Urano Estrelado. Ambos, em cada caso, varrem o presente em função de um futuro que deve germinar. Por este motivo, Hefesto fez com que Zeus ficasse com raiva dele, e assim, arremessou-o do penhasco tornando-o manco.

Da ação de Hefesto Hera obtém benefício para ela.

Depois da ação de Hefesto os Seres labutam para encontrarem os Deuses dentro deles. A inteligência para programar vem a ser reformulada e adaptada à nova situação produzida por Hefesto. Seres de muitas espécies da Natureza não estão em condições para construírem um corpo luminoso suficientemente forte para se destacarem do planeta e, deste modo, transformam a morte do corpo físico e o nascimento do corpo luminoso deles, sedimentando, portanto, o corpo luminoso deles na autoconsciência do Ser Natureza. Deste modo, HERA absorve novas Autoconsciências através das quais continua a construir-se. Hera se alimenta, ainda que é um engolir, um fazer próprio dela e não um destruir, das consciências dos nascidos nas espécies da Natureza. Depois, um pouco de cada vez, geração após geração, os indivíduos singulares das espécies singulares, evocando Atena dentro deles, constroem um corpo luminoso suficientemente forte para destacarem-se da Natureza, do planeta, e também em muitos casos do Ser Sol tornando-se Deuses.

Zeus, com os seus filhos, estabeleceu as regras dentro das quais novos Seres, nascidos na Natureza, possam se tornar novos Deuses; Hera, por si mesma, construiu uma segurança para continuar a crescer independentemente do querer de outros Deuses.

De qualquer modo, um Hefesto se apresentará para destruir o que foi construído; de qualquer maneira um Hefesto colocará as bases para que o novo continue a germinar.

Hefesto, Hefesto, que tormentos!

Quando a inteligência para o projetar o vir a ser do Ser Humano vem a ser destruída, quantas dores e quanto trabalho implica reconstruí-la. Por acaso era necessário descer tanto ao um nível inferior para destruir o vir a ser desta espécie? Por acaso era necessário, Ares cego, fazer o extermínio, a avalanche que arruína a espécie de tal modo que aterroriza Noite Negra e os seus filhos?

Hefesto, Hefesto, na tua usina e sobre a tua bigorna bates um futuro que ainda não germina no coração dos Seres Humanos, e alimentas um fogo que ainda é desconhecido à inteligência deles para planejar.

Hefesto, Hefesto, quanto fogo ainda é necessário para alimentar o fogo do conhecimento e da sabedoria entre aqueles Seres Humanos humilhados de joelhos e que suplicam por uma providência? Quanto fogo ainda é necessário para que Noite Negra sirva-se da coragem junto aos seus filhos? Quanto fogo é necessário para reconstruir os trajetos perdidos pelas espécies em Hera? Hefesto, Hefesto era necessário todo aquele calor para construir um caminho novo? Se Hera tivesse a intuição do que estaria acontecendo teria gerado Hefesto? Certamente o teria feito; para Rea não havia alternativa. Para Hera não havia alternativa, era necessário para se assegurar da construção do próprio futuro dela!

*NOTA*: As citações da Teogonia de Hesíodo são extraídas da tradução de Ettore Romagnoli "Hesíodo os poemas" Edição de Nicola Zanichelli, Bolonha 1929

Nota através da transmissão radiofônica do ano 2000 - início da revisão em 18 de setembro de 2014

Revisão

Marghera, 12 de novembro de 2014

A tradução foi publicada 24 de abril de 2016

Aqui você pode encontrar a versão original em italiano

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Claudio Simeoni

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Guardião do Anticristo

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A análise da Teogonia de Hesíodo

A Religião Pagã forjou uma visão própria do mundo, da vida e do vir a ser das consciências desde as origens do tempo. Tais ideias coincidem no tempo presente com as ideias das religiões e dos primeiros cultos antes da chegada da filosofia, e foram hostilizadas militarmente pelo ódio cristão contra a vida. Analisar Hesíodo nos permite clarificar o ponto de vista da Religião Pagã.