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**Escuta-me Hermes, mensageiro de Zeus, filho de Maia,
tu que tens o coração que a tudo domina,
protetor dos truques, soberano dos mortais,
benévolo, de múltiplas concepções, colocado como Argifonte,
das sandálias aladas, amigo dos homens, profeta da palavra para os mortais,
que te deleites dos ginásios esportivos, e dos astutos enganos, ....(omitido termo grego),
interprete tudo, no comércio obtenha lucros, libere das preocupações,
que governes com as mãos a arma irrepreensível da paz,
córico beato, veloz, de múltiplas argumentações, protetor das obras, amigo dos mortais nas necessidades,
arma terrível da língua, veneração para os homens.
Ouça-me o que suplico, concedendo um bom fim de vida
nas obras, nas graças da palavra e nas recordações.**
Dos Hinos Órficos, ed. Lorenzo Valla - Trad. Gabriela Ricciardelli
É interessante a visão de Hermes dada pelos Hinos Órficos. Em Hermes estão as mensagens, as vozes que correm. Os Lares, gerados por Lara e Mercúrio, são as vozes das encruzilhadas. Hoje poderiam ser também as informações da Internet. As informações que correm. Exatamente porque correm, manifestam-se a si mesmas, são informações dos DEUSES.
DEUSES que transmitem a existência deles, as sensações deles, o sentir deles, o seu intuir, o seu raciocinar sobre as coisas da vida.
O Ser Humano usa o seu pensamento circunscrevendo-o à razão. Uma velhice boa, que se não é prognosticável, pelo menos seja repleta das descrições dos empreendimentos da vida. Uma velhice que seja repleta de tarefas, de obras e de recordações com as quais cada Ser Humano enfrentou a sua existência. No fundo, não se pode pedir outra coisa a Hermes. Nas mãos dele está o Caduceu, o símbolo do conhecimento. Mas nas mãos dele, o Caduceu assume não somente o significado da saúde, mas através das serpentes que se contrapõem, representa as contradições da existência, que por meio das soluções delas o Ser Humano se constrói e se transforma. Na outra mão de Hermes está a bolsa com dinheiros! A riqueza material levada ao tráfico. Dinheiro como produto dos comércios, das relações com os Seres Humanos e também como produto de fraude, do engano, do embuste que as palavras podem impor a quem não está em condições para se defender. O que Hermes faz na Grécia a Apolo, é o que Caco faz em Roma: fazer como seu aquilo que os "outros" afirmam que pertence a eles! Normalmente, em Stregoneria, se diz que as vozes de Hermes, ou de Mercúrio, trazem em uma das mãos o Caduceu, como símbolo do conhecimento e do Poder de Ser, através do qual são enfrentadas as oposições da vida; e na outra mão, a bolsa com os dinheiros, como sendo símbolo da riqueza material que o embuste, o engano, o uso impróprio das palavras e da informação trazem. Cada Aprendiz a Stregone deve aprender a escolher, na sua existência própria, entre o Poder de Ser e o Poder de Ter.
Por esse motivo, também nós, enquanto invocamos Hermes reconhecendo-lhe o seu Poder, podemos afirmar:
*que tu conserves nas mãos a arma irrepreensível da paz,
Córico beato, veloz, de múltiplas argumentações,
protetor das obras, amigo dos mortais nas necessidades,
terrível arma da língua, veneração para os homens
Ouça-me, que suplico, concedendo um bom fim de vida
nas obras, nas graças da palavra e nas recordações.*
Invoquemos Hermes, porque como dizia Castañeda, consente-nos para que possamos agarrar "cada centímetro cúbico da nossa oportunidade". Cede-nos um pouco da tua energia para que a nossa Atenção seja armada, e no mesmo momento que se apresentam as mensagens que nos são úteis, tenhamos suficiente Poder de Ser para captá-las!
Porque para nós, suportando os aborrecimentos da razão, interessa alcançar lá aonde Atlas sustenta o mundo, consentindo aos Seres alcançar os mundos da vontade!
Marghera, 04 de fevereiro 2002
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A tradução foi publicada 21 de abril 2015
Aqui você pode encontrar a versão original em italiano
Claudio Simeoni Mecânico Aprendiz Stregone Guardião do Anticristo Membro fundador da Federação Pagã Piaz.le Parmesan, 8 30175 - Marghera - Venezia - Italy Tel. 3277862784 e-mail: claudiosimeoni@libero.it |
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Os Hinos Órficos representam uma das últimas formas de devoção antes da chegada do domínio absoluto do cristianismo. Estes Hinos Órficos eram muito amados pelo Neoplatônico Damascio, o último postulante da Academia de Atenas. Quando o terror cristão fechou a Academia, Damascio fugiu para a Pérsia.