A Religião Pagã e a Teogonia de Hesíodo (italiano)
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O Ser Humano olha a si mesmo!
O Ser Humano olha as suas próprias mãos com o olhos impostos pela razão!
O Ser Humano olha o presente enquanto se envolve e delimita a sua razão. Nesse presente, o Ser Humano, capta os fenômenos e tenta descrever com base naquilo que o seu veio a ser fundou, em um passado de tal maneira remoto que exclui a sua própria imaginação.
O poeta reveste de imagens e características humanas aquilo que nada tem de humano, mas exprime características que estão presentes no Ser Humano, e às quais o Ser Humano aspira imaginando-as com a potência máxima. Essas características são individualizadas pelos Seres Humanos nas forças que produziram, ou consentiram com a presença delas a formação do presente. Do mundo da percepção ao mundo quotidiano, do mundo quotidiano ao mundo da percepção; o Ser Humano oscila como um pêndulo olhando as suas próprias mãos através das quais transforma o existente. Junta fenômenos e os descreve; colhe descrições e procura o fenômeno na origem deles mesmos.
A saída do constrangimento não implica necessariamente a Liberdade, mas um constrangimento implica em espaços maiores. Não existe saída do constrangimento? Existe o esforço para se ter espaços maiores. Este esforço, feito pelo Ser e pela Consciência, que dele é parte, se chama: LIBERDADE.
Os esforços de cada Ser Humano causam a Liberdade, da qual são expressões; ou levam à destruição. A escolha na direção é somente dele! A imaginação, com a qual o constrangimento reveste o seu intuir, conduz a becos sem saídas em que a energia de Liberdade, que age para se manifestar no sujeito, se exaure na tentativa de dar forma, descrevendo-o, um imaginário inexistente.
Por esse motivo, também a oscilação do grande pêndulo do juízo humano, que vai do fenômeno à forma, e desta ao fenômeno, é atividade de Liberdade que solicita ao Ser Humano para manifestá-la nas suas ações, alargando os limites do constrangimento educacional.
Agora, como muitos estudos estão demonstrando, a Teogonia de Hesíodo não é uma invenção poética dele, mas inspiração adaptada à cultura grega de tradições mitológicas médio-orientais. Hesíodo apanha aquilo que lhe é apresentado à razão, e com isto descreve o percebido. É o percebido que toma forma e representação nas culturas sui generis, e a percepção é reafirmada por meio da descrição. A descrição é limitação da percepção. A percepção vem a ser limitada e definida dentro de muros estreitos para ser aceita na descrição. A descrição deveria servir para construir um degrau da escada do conhecimento e da aprendizagem, para que outras pessoas possam subir nessa escada, e terem as suas percepções alimentadas pelo saber, que lhes abrirá novos horizontes. Ao invés disso, a descrição se fixa e aprisiona a atenção dos Seres Humanos.
Hesíodo capta aquilo que o rodeia, organizando-o por meio de uma descrição cultural que dá forma à sua percepção, ou através da descrição constrói a intermediação para transferir o percebido ao mundo da razão. E, desde já, fica esclarecido que o que Hesíodo organizou, teve influência de antigos contos sacros difundidos no oriente médio. Seja no que concerne aos hititas seja no que diz respeito aos Hurritas, os Sumérios até o terceiro milênio antes de cristo.
Desta Teogonia já falamos quando foi feita uma breve análise dos vários paganismos como prólogo da Mistura do Stregone (Crogiolo dello Stregone), nos Quatro Cantos do Mundo. Para nós o que interessa é fazer compreender como a Teogonia de Hesíodo é parte integrante da grande respiração religiosa que da Babilônia atravessa o Egito, o Mediterrâneo Cretense, envolvendo todas as civilizações antigas, que transformam o entendimento delas numa cultura específica. As civilizações antigas estavam todas ligadas umas às outras. Ainda que de uma civilização reunimos trechos, enquanto das outras tudo foi perdido, isto não significa que aquela seja a civilização central na cultura antiga. Significa somente que a sequência das modificações nos coloca nas condições para reconstruir ao menos parte dos percursos culturais através dos quais o sentir, como percepção de fenômenos fora do quotidiano, nos mundos infinitos da percepção, foi transformado de modo a se tornar parte daquela cultura e daquele pensamento.
A ideia segundo a qual no início do universo havia apenas um espaço vazio é considerada uma ideia moderna. Uma ideia forma-se através de uma luta dura para a saída do horror no qual o catolicismo obrigou o pensamento humano.
NOTA:Texto original 1999
(Trecho extraído da Obra de Claudio Simeoni *A Estirpe dos Titãs*, um trabalho iniciado em 27.12.1999)
A tradução foi publicada 28 de abril 2015
Aqui você pode encontrar a versão original em italiano
Índice geral dos temas abordados por Claudio Simeoni
A Religião Pagã forjou uma visão própria do mundo, da vida e do vir a ser das consciências desde as origens do tempo. Tais ideias coincidem no tempo presente com as ideias das religiões e dos primeiros cultos antes da chegada da filosofia, e foram hostilizadas militarmente pelo ódio cristão contra a vida. Analisar Hesíodo nos permite clarificar o ponto de vista da Religião Pagã.
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Claudio Simeoni
Mecânico
Aprendiz Stregone
Guardião do Anticristo
Membro fundador da Federação Pagã
Piaz.le Parmesan, 8
30175 - Marghera - Venezia - Italy
Tel. 3277862784
e-mail: claudiosimeoni@libero.it
Última modificação, março 2024
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