Gaia, matéria penetrada por Eros, que a impulsiona a um movimento perene, gera as condições materiais que permitem à vida vir a ser.
Gaia gera a si mesma. O Ser dela mesma é uma unidade de matéria-energia, e Eros, que se manifesta mediante o movimento e a adaptação da matéria-energia seja na Negra Noite ocupando o espaço, seja por adaptação aos muitos movimentos internos que formam o movimento universal de Gaia no universo.
"Gaia primeiramente gerou, símile a si mesma, Urano Estrelado, que em toda a sua volta a envolveu, como sendo sede segura para sempre aos felizes. Gerou os montes grandes, agradável abrigo às Deusas Ninfas que têm habitação sobre os montes ricos em refúgios: ela gerou também o mar infecundo de entumescimento furioso, Ponto, acolhido sem amor; depois, deitando-se com Urano..."
Hesíodo 126 - 133
Não havia amor, não havia sexo, não havia relação na construção da forma matéria-energia Gaia. Gaia não tinha consciência, não tinha inteligência, não tinha escopo nem projeto. Gaia é somente portadora de movimento que Eros incessantemente alimenta nela.
Aquilo que Gaia gera dela mesma são "corpos" nos quais se desenvolverá a vida, mas que ainda não estão conscientes de si mesmos até que Gaia, dela mesma, gera uma "tipologia" de difusão de Eros, O Intento, em corpos de matéria-energia que se tornam autoconscientes: Urano Estrelado.
Três são os ambientes, os "filhos", que Gaia gera de si mesma: Urano Estrelado, Montes Grandes e Ponto.
Nestes três ambientes Gaia expande Eros: O Intento.
Para os Montes Grandes, parece simples: constituem habitação das Ninfas. Mas enfim, as Ninfas não existem? Como nós conhecemos, Seres que nascem na matéria e discernimos na nossa percepção, matéria e energia, do mesmo modo existem Seres cujo corpo é composto daquilo que nós queremos definir como energia, que é matéria constituída e percebida de maneira diferente.
As Ninfas, que nascerão de Urano, da emoção que se precipita na Natureza, têm um trajeto de conhecimento e de desenvolvimento que é próprio da Autoconsciência delas.
Gaia gera Urano Estrelado que a envolve totalmente.
No início da minha visão, Urano Estrelado era constituído das galáxias que adquiriam Autoconsciência. No entanto, Urano Estrelado é também uma outra coisa. Ele é a emoção que surge nos corpos, transformando um determinado corpo de inconsciente ao consciente, que de expansão em expansão, acumula a transformação do corpo. E, finalmente, Gaia gera Ponto, o mar infecundo, no qual a emoção colocada em circulação naquele ambiente, gera Nereu: sozinho o gera, porque naquele mar infecundo, Gaia difundiu Eros.
Inclusive Urano Estrelado, no qual Gaia difundiu Eros, sozinho gera Afrodite.
Trata-se das três estirpes nas quais a vida dos Seres da Natureza e do Universo, no seu conjunto, se estrutura. Em todos Gaia representa a necessidade porque , todos têm um corpo, de todos Eros é o artífice, porquanto todos tendem a se expandirem no mundo deles, e no exercício de suas vidas.
Marghera, 22 de setembro de 2014
Com o aperfeiçoamento após o reexame do comentário à Teogonia de Hesíodo do ano 2000.
*NOTA*: A tradução da Teogonia foi extraída de Hesíodo "Teogonia", trad. Graziano Arrighetti, edição BUR
(Trecho extraído da Obra de Claudio Simeoni *A Estirpe dos Titãs*, um trabalho iniciado em 27.12.1999)
A tradução foi publicada 05 de junho de 2015
Aqui você pode encontrar a versão original em italiano
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Claudio Simeoni Mecânico Aprendiz Stregone Guardião do Anticristo Membro fundador da Federação Pagã Piaz.le Parmesan, 8 30175 - Marghera - Venezia - Italy Tel. 3277862784 e-mail: claudiosimeoni@libero.it |
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A Religião Pagã forjou uma visão própria do mundo, da vida e do vir a ser das consciências desde as origens do tempo. Tais ideias coincidem no tempo presente com as ideias das religiões e dos primeiros cultos antes da chegada da filosofia, e foram hostilizadas militarmente pelo ódio cristão contra a vida. Analisar Hesíodo nos permite clarificar o ponto de vista da Religião Pagã.