Ponto e os seus filhos
na Teogonia de Hesíodo

A Religião Pagã fala da realidade dos Deuses

Claudio Simeoni
traduzido por Dante Lioi Filho

Il libro

 

Ponto e os seus filhos
A Religião Pagã e a Teogonia de Hesíodo

Ponto é o mar estéril, filho de Gaia, gerado sem amor; Ela sem "transar" com ninguém dá origem a Ponto, que nasce, pois, sem haver nenhuma relação sexual de Gaia. Nasce de Gaia, porém ela o gerou sem uma relação com um não-Ser Gaia.

Hoje, que temos os exemplos científicos, com a geração das Amebas e Paramécios, ou a divisão celular, temos a ideia da separação de um sujeito de um outro sujeito gerador. Sem amor significa sem "transar" como é dito vulgarmente, sem haver um relacionamento sexual, ou ainda, sem haver prazer de acordo como é entendido pelos Seres Humanos.

Ponto é como Urano, uma Mistura da Vida (original em italiano: Crogiolo della Vita).

Hesíodo escreve traduzido por Romagnoli:

"e a Ponto gerou, sem alegria de amor, que é um colossal mar, onde jamais se conquista, que intumesce e enfurece."

Hesíodo - Teogonia - 131-132

O que Gaia gera é Ponto, não o Ponto. Gaia é a matéria-energia do universo, e uma dessas matérias-energias é o mar infecundo, privado de autoconsciências.

Um mar infértil. Os Seres Humanos, nos dias atuais, estão habituados a verem a vida que atravessa o mar, acostumados a pensarem na vida que sai do mar; como podem pensar em um mar improdutivo?

Jamais viram um mar de amoníaco? Um mar de mercúrio? E como era o mar antes que a vida se manifestasse nele? E como era o mar quando a vida se manifestou? Qual era a sua improdutividade quando aquele mar investia contra escolhos sem vontade e determinação, exceto a da mãe a que estava unido? E a mãe, como era a mãe antes que tivesse Autoconsciência, ciente de que existia e portadora da Necessidade de existência e de determinação subjetiva?

Hoje nós pensamos nos Deuses em seres, mas qual foi o momento em que se fizeram Deuses? Qual foi o momento em que tomaram em suas próprias mãos a responsabilidade da existência deles? Quando fizeram atuar a crueldade subjetiva com a qual enfrentar as oposições à existência deles? Aquela mesma inflexibilidade tem um só nome inclusive na Teogonia: PIETAS! Nós sabemos que Hesíodo, assim como toda a cultura pré-platônica, quando se refere aos Deuses e aos homens, distingue-os como imortais e mortais respectivamente; no entanto, ambos nasceram em um ambiente, e o habitaram com a consciência deles, tornando tal ambiente consciente com as suas ações.

Enquanto as grandes ondas (de Ponto, o mar estéril) sem consciência se chocam de encontro às rochas inconscientes, o Discernimento de tudo o que existe por Necessidade, toma forma, se arma da grande foice dentada de Cronos e enfrenta as mudanças infinitas que existe à frente.

Ponto é a Mistura da Vida, e Gaia nele coloca as sementes das transformações. Gaia introduz as sementes lá, aonde a Mistura (original em italiano: Crogiolo) está pronta para levar as Autoconsciências para germinarem. Seja no que se refere à mistura do universo indicado por Urano Estrelado, seja quando se fala da mistura da terra como as Grandes Montanhas sobre as quais Ponto investe com ondas furiosas.

De Ponto emerge Nereu.

Hesíodo escreve, traduzido por Romagnoli:

- E Ponto gerou Nereu, o ancião dos filhos,
autêntico, que não conhece a mentira. É chamado por o velho,
porque não arquiteta enganos, e jamais se esquece da justiça,
mas no ânimo tem sempre a justiça e os avisos benévolos.
Depois com um misto de amor com a Terra, deu vida aos tremendos
Taumante, Fórcis, Ceto de faces mimosas; Euríbia, que no seu seio encerra um coração mais duro do que o ferro -

Hesíodo - Teogonia - 233 - 239

Ponto, o mar infecundo, com a geração de Nereu se torna um mar fértil. Iniciam-se as transformações do mar nos quais as vagas de Ponto se enfurecem sobre os escolhos inicia-se a população de vidas.

A vida do mar, Nereu o velho, não trama enganos. A vida germina e se desenvolve em conexões que se mostram num equilíbrio justo, correto.

Nereu é uma das forças fundamentais entre os Seres da Natureza: se algo nasce, que seja ele mesmo! Claro e límpido, Nereu é a personificação da veracidade, e da determinação com a qual o Ser da Natureza enfrenta as oposições aonde possa existir. Se o Ser da Natureza não consegue alimentar Nereu, dentro do seu coração, enquanto enfrenta o mundo que o cerca, então alimenta o filho da Noite: Engano. Nereu é o ser, é o indivíduo que se apresenta como um Deus que manifesta a vontade própria de sobreviver no altar da vida, diante de todos os Seres da Natureza. Nereu é velho, não porque seja velho por não enganar, mas porquê o não enganar está destinado a tornar-se antigo. Não transmite medo da transformação, e consequentemente, está pronto para se transformar, e assim, vir a ser na eternidade das mudanças. A tornar-se um DEUS!

O fazer-se verdadeiro, real, é próprio de qualquer consciência, que pode ser encontrada. Ser autêntico significa que as ações manifestam as emoções e os desejos, no mundo em que se vive. Representar a si mesmo por aquilo que se é, outra coisa não é senão pretender da objetividade o reconhecimento por tudo o que se é, de ser a si mesmo, e como se pretende transformar. Nereu nascido de Ponto e gerador das Nereidas, manifesta uma qualidade divina que está muito longe da qualidade do divino cotidiano, que os Seres Humanos estão habituados a considerarem; um poder divino tão longe dos Seres Humanos, ao qual se pode presenciar, mas não se pode descrevê-lo.

Hesíodo escreve na Teogonia, traduzido por Romagnoli:

- E nascer de Nereu no ponto aonde jamais se consegue,
outras Deusas agradáveis, as quais têm como mãe Dóris, prole
do Oceano magnânimo e abundante, célebre por bela cesarie:
Primeira, Rainha dos ventos, Salvação, Serenidade, Anfitrite, Tétis, Donibella, Veloz sobre as ondas, Azzurrina, Caverna a esbelta, Jovem a amável, Metadisguardi, Belavitória dos braços rosados, Amada dos corações, Toda em mel graciosa, Abrigo das enseadas, Miranda, Oferta, Fende ondas, Munifica, Reina sobre os dirigentes, Ilha bela, Praia, Potência, Os braços de rosas, Mentemaretta, e Corre sobre os redemoinhos toda doçura, Dóride, Girapupilas, a doce em ver Galatea, e Frenalonde que as ondas do mar envoltas em neblina, e os sopros do vento destemido, agilmente refreia,
com Anfitrite dos tornozelos incertos, com Placamarosi, Maretta, e Rivabellacorona, e Senhora do mar, e Glaucanorma amiga do riso, e Travalicaponto, e Pianastesa, Belladistesa, e Senhoradigente, e Multimperia, e Scioglidaitriboli, e Livreideia, Juradinó, beleza imune da imperfeição, e Arena de membros graciosos, Menippe divina, Isolina, e Buonarotta, Prudência, Justiça e Imune do engano, que é igual por perspicácia de mente, ao seu pai imortal.
Estas são as filhas de Nereu imune aos erros:
são cinquenta, hábeis meninas nas obras estupendas.-

Teogonia, 240 - 264

Nota: A criação de Nereu, com as Nereidas, na Teogonia de Hesíodo, uma página à parte.

Romagnoli traduziu os nomes das Nereidas em italiano. Os nomes não se traduzem. Mesmo porque muitas destas Nereidas serão geradoras de muitas e diferentes formas de vidas. Todavia, isto permite, a quem não conhece o Grego, entender imediatamente a qualidade da geração de Nereu e as transformações do mundo que vêm a ser pela vontade de existência de Nereu.

São filhas que alimentam o vir a ser do mundo, especialmente daquele mundo sobre o qual os Seres Humanos vivem, mas que, frequentemente, deste mundo não estão conscientes.

Ponto, unindo-se em amor com Gaia, faz nascer Taumante: o maravilhoso (N. B. a raiz grega de origem significa milagroso, maravilhoso, ou pode ser um horror que leva à maravilha: monstro)

Onde se caracteriza a maravilha de Taumante? A maravilha é muito bem descrita pelos DEUSES, maravilha que de Taumante tomam forma e Autoconsciência: As Harpias e Íris.

Hesíodo escreve na Teogonia, traduzida por Romagnoli:

- E Taumante, esposando de Oceano dos abismos profundos, a filha Electra. E velozmente esta deu à luz Íris, e Ocípite e Aelo (italianizado Procella), as Harpias dos cabelos resplandescentes que igualmente vagam em voo com o sopro dos ventos, e os pássaros em plumagens acima, velozes aceleram o voo. -

Teogonia 265- 269

Também os nomes das Harpias estão italianizados, comumente são encontrados por Aelo e Ocípite. Aelo é o poder das nuvens negras da tempestade e Ocípite é a potência do voo e das transformações na tempestade. As ações delas estão ligadas à ação de Zeus, a atmosfera, todavia agem em relação ao mar. Íris une o céu à terra.

Electra, a radiante e admirável, filha de Oceano com Taumante, o maravilhoso, gerado por Ponto o mar improdutivo, e Gaia, a matéria-energia que permeia o universo, unem o mar com o céu e a terra.

Que emoção para o vidente!

Além das portas do que veio a ser, avista a origem e a formação do presente. A respiração morre na garganta de quem o assiste, o quanto de maravilhoso se forma. Os Seres Humanos podem, sim, exaltarem dez mil pais e dez mil mães, que concorreram para formá-los, a grande Íris e as Harpias furiosas, que agitaram a Mistura (em italiano *Crogiolo*) da vida, para que esta, germinando, lançasse raízes vigorosas.

Quando os Seres da Natureza se constroem em deuses, é Íris quem lhes guia as ações. É Íris quem harmoniza os Deuses que crescem com os Deuses nos os quais crescem. É Íris quem une os Seres da Natureza à Hera. É íris quem, como um arco-íris, une o divino que nos cerca com o divino que tenta formar-se e crescer. É Íris a mensageira da existência, compreendendo nela todas as cores da vida dentro do Ser Natureza. Assim, como nenhuma cor pode sair do seu lugar, do mesmo modo nenhum Ser da Natureza pode obscurecer outros sem que estes construam as suas estratégias de sobrevivência. Quem une a Autoconsciência presente na matéria e as Autoconsciências de pura Energia Vital, que se movem livres e sem vínculos?

Íris, a filha do maravilhoso e da magnífica.

O que dizer das Harpias e Ocípite?

Filhas do maravilhoso! Onde está a maravilha delas? Onde está o ser Deuses que em altas vozes anunciam um lugar no Olimpo?

Nunca viram uma MISTURA (original em italiano: CROGIOLO) da vida?

O misturar-se furioso e tempestuoso dos elementos?

Nunca viram a tempestade precipitar-se sobre o mundo e desordenar cada coisa que existe, permitindo uma transformação?

Já viram o transformar-se dos elementos na origem do tempo de Hera quando a vida germinava sobre a Terra, consciência de Urano Estrelado?

Eram Aelo e Ocípite que, transformando o presente, arremessavam as bases para a construção de um futuro. Alteravam aquele futuro que tinha vindo a ser presente para colocarem as bases e formarem outro futuro. Aelo e Ocípite, assim chamadas na mitologia intempestiva, "os cães de Zeus", que através de tais ações transformam Zeus construindo as condições nas quais Hera gera a vida sobre o planeta. Aelo e Ocípite faziam nascer tempestades quando ainda a consciência de Zeus não era.

Filha de Gaia e Ponto é Euríbia: a força. A força que se impõe no Ser Natureza. A força com a qual as Autoconsciências do Ser Natureza constroem o vir a ser delas nas mudanças infinitas. EURÍBIA é magnífica, uma expressão esplêndida do DEUS que vem a ser construído em todos os Seres da Natureza, que, agindo no mundo, se transformam em Deuses com auto determinação no Ser Natureza.

Fórcis e Ceto, filhos de Gaia e Ponto, se unem em amor gerando o que os Seres Humanos não têm capacidade para conceberem. Com eles o mar já não é mais improdutivo. Com eles, o mar gera trajetos de Conhecimento e Saber diante dos quais os Seres Humanos ficam apavorados.

As Fórcides, Graiae, grisalhas desde o nascimento (com cabelos brancos). Possuíam o olho da vidência e da transformação. A transformação em função do tempo, que vem de encontro. Representavam o poder da sapiência na mudança e na transformação. Elas são a capacidade em conhecer, enquanto há a transformação e os efeitos desta enquanto se age.

De Fórcis e Ceto são geradas as regras de dois mundos que precedem o mundo da forma e da razão, próprio de Zeus e Hera: o mundo emotivo e o mundo da ação.

Hesíodo escreve, traduzido por Romagnoli:

- E Ceto deu à luz as Graiae belíssimas filhas de Fórcis,
grisalhas desde o nascimento, chamam-na Graiae
os homens que se movem sobre a terra e os Numi do céu:
Pênfredo do belo manto, com Ênio do manto de açafrão;
e as Górgonas que estão do outro lado do famoso Oceano,
em direção à Noite, nos confins extremos, onde, vozes estridentes,
estão as Hespérides: Esteno, Euríale e Medusa funesta.
Esta era mortal, imunes da morte ou velhice as duas primeiras: com aquela
sobre flores de um prado mórbido
a Primavera, o Nume de cabelos azul celeste
E quando dela a cabeça de sobre o pescoço, Perseu o grande cortou, saltaram Crisaor e Pégaso. Àquele bem conveniente foi o nome, quando ele
ao redor das fontes ancorou no Oceano, e uma espada de ouro apertava em seu punho.
Em seguida voou, deixando brutos na terra mãe,
por entre os imortais se uniu, na casa ou habitação de Giove,
e o trovão a Giove, mente sagaz, e o raio conduz. -

Teogonia 270 - 286

Filhas de Fórcis e Ceto eram as Górgonas. Como tais, monstros aos olhos dos Seres Humanos. E como tais, um grande coração abriam ao infinito divino do qual faziam parte. ESTENO e EURÍALE nunca se tornaram velhas nem desapareceram do mundo. As três Górgonas: a Forte, a Vasta, e Medusa, a Potente. MEDUSA era mortal.

Com Medusa se uniu em amor Poseidon:

- com aquela, sobre flores de um prado mórbido
em Primavera, se uniu o Nume de cabelos azul celeste -

Há várias versões desse relacionamento. Comenta-se que Medusa tivesse fugido para o templo de Atena, chorando pela súbita violência e Atena a expulsou fazendo com que lhe crescessem serpentes na cabeça, e também condenando-a a petrificar qualquer um que lhe fitasse o olhar. Na realidade, em Hesíodo não se fala de violência, mas de um relacionamento e do corte da cabeça por parte de Perseu, tal ato aparenta destinado a um parto para nascerem Crisaor e Pégaso. Crisaor tem esse nome porque já nasce com uma espada de ouro na mão e Pégaso porque indica uma origem, um princípio.

Atena o favorecerá com o seu escudo para o corte da cabeça de Medusa: Atena é a racionalidade, Medusa é a emoção, a paixão, da qual germina a espada de ouro da vida, e a origem de cada paixão. Atena não suporta as paixões emotivas com as quais Medusa transforma a racionalidade em pedra inconsciente, porém pretende usá-la contra os seus inimigos que tentam combatê-la opondo racionalidade à sua racionalidade.

Perseu cortará a cabeça de Medusa. Como um parto cesárea da cabeça dela saltaram fora Crisaor e Pégaso. Crisaor nasce com a espada de ouro da vida: quantas vidas que daquela espada tomaram forma! Quantos monstros despontam aos olhos dos homens que não estão em condições para ver o DEUS que nasce e se move para crescer.

Quem não enxerga os Deuses e os intentos deles: vê somente a forma, que alimenta o seu tormento!

PÉGASO, a fonte na qual a vida mata a sede! O cavalo alado que desafia a forma para elevar a mente do Ser Humano além do seu horizonte. Um cavalo alado é como um peixe que respira e caminha. Apenas nos mundos atingíveis da percepção, que supera o limite da forma, é possível encontrar os Pégasos, as fontes da vida! A vida é constituída por trovões e raios do Entendimento no inconsciente. Assim é Pégaso:

-...voou deixando a terra ama de leite de ignorantes,

entre os imortais alcançou, os limites máximos ou habitação de Giove, o trovão e os raios a Giove, mente sagaz, conduz.-

De CRISAOR e a oceanina Calírroe (o belo percurso ou a bela origem) toma vida Gerião (três cabeças). Quem foi Gerião? As três cabeças de Gerião indicam aquilo que para os romanos era Jano: passado, presente e futuro. Depois que Hércules o matou, seja na Sicília como no Vêneto foram instituídos os oráculos de Gerião (Tibério consultou o oráculo de Gerião em Pádua). Parece que viver é difícil quando há alguém que recolhe aquilo que outros criaram, lá aonde não semeou nem ceifou. Sol ajuda Hércules a roubar os rebanhos de Gerião. Há sempre alguém que rouba os rebanhos de Gerião, e há sempre um Gerião que cria os rebanhos e que ara o campo.

Finalmente, CETO gerou Equidna incomensurável!

-* NOTA *: de Equidna e Tifão e os seus filhos há uma página à parte.

-* NOTA *: As citações da Teogonia de Hesíodo são extraídas da tradução de Ettore Romagnoli "Hesíodo os poemas" edição de Zanichelli Bolonha 1929

-* NOTA *:esquemática de transmissão radiofônica no ano 2000 - início da revisão 18 de Setembro de 2014

Marghera, 06 de Outubro de 2014

(Trecho extraído da Obra de Claudio Simeoni *A Estirpe dos Titãs*, um trabalho iniciado em 27.12.1999)

A tradução foi publicada 01 de Outubro de 2015

Aqui você pode encontrar a versão original em italiano

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Claudio Simeoni

Mecânico

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Guardião do Anticristo

Membro fundador da Federação Pagã

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Tel. 3277862784

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A análise da Teogonia de Hesíodo

A Religião Pagã forjou uma visão própria do mundo, da vida e do vir a ser das consciências desde as origens do tempo. Tais ideias coincidem no tempo presente com as ideias das religiões e dos primeiros cultos antes da chegada da filosofia, e foram hostilizadas militarmente pelo ódio cristão contra a vida. Analisar Hesíodo nos permite clarificar o ponto de vista da Religião Pagã.